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Uma feira centenária que ainda pode surpreender os visitantes

Até domingo, cerca de 160 agentes económicos estão prontos para fazer a melhor oferta a quem visita a Feira de São Bartolomeu

Acredite que pode encontrar tudo o que precisa na centenária Feira de São Bartolomeu, que está a decorrer em Trancoso até domingo. Dos carros à maquinaria agrícola, passando pela gastronomia, os produtos locais e gourmet, o mobiliário – há seis empresas representadas este ano – e os materiais de construção, as alternativas não faltam numa área com cerca de 32 mil metros quadrados.

No campo da feira e no Pavilhão Multiusos cerca de 160 agentes económicos, repartidos por 210 stands, estão prontos para surpreender e fazer a melhor oferta aos visitantes, que também podem marcar casamentos e fins-de-semana nas diversas quintas/restaurantes presentes ou pedir aconselhamento sobre investimentos e negócios nos stands de duas consultoras. O objetivo é vender ou apenas estabelecer contactos para um futuro negócio. É assim todos os anos, sendo que desta vez a organização, a cargo da AENEBEIRA – Associação Empresarial do Nordeste da Beira e Câmara de Trancoso, preparou um espaço de degustação e venda de produtos de quatro setores tradicionais: charcutaria e enchidos, queijo, doçaria e compotas, e vinhos. No campo da feira, há várias diversões, tasquinhas e restaurantes, assim como uma área de expositores diferenciados e o recinto dos espetáculos, onde já atuaram DJ’s Antena 3, Ana Malhoa, João Pedro Pais, Nortada, Stereo Attic e A Caixa, os Hi-Fi e Quim Barreiros, ontem à noite.

Este ano, o stand de concertinas e acordeões Dino Baffetti é um dos espaços que mais dá nas vistas na Feira de São Bartolomeu. É a primeira vez que João Almeida, representante da prestigiada marca italiana no nosso país, vem a Trancoso. «O professor Alcino [que dá aulas na região] disse-me que seria uma boa oportunidade, o que eu não sabia era que havia uma feira desta qualidade», enaltece o empresário de Santa Maria da Feira. Com instrumentos vistosos e coloridos, o stand tem sido um dos atrativos no Pavilhão Multiusos e João Almeida garante que «ninguém fica indiferente». Em termos de preços, a concertina mais barata custa 2.000 euros e um bom acordeão pode ser seu por cerca de 5.000. «Os personalizados ficam mais caros, mas já tivemos alguns negócios, até porque este tipo de instrumentos está um pouco na moda atualmente», adianta o empresário, para quem o objetivo não é vender, mas sim divulgar a marca e a sua representação. «As vendas são feitas pelo nosso agente na região», esclarece o empresário, que, curiosamente, toca «muito pouco» concertina. «Não foi o instrumento que aprendi, mas agora tenho que me dedicar a ela».

A uma dezena de metros fica o stand da José Fonseca Saraiva, de Lagarinhos (Gouveia), especializada em cofres-fortes. Segundo o seu representante na feira, a crise não afeta o negócio. «Ainda há quem compre cofres para guardar joias, valores, armas e o pouco que têm. Mas, normalmente, as pessoas só pensam neles depois do vizinho ser assaltado», refere, ironizando que os cofres só não dão juros. Já é o quarto ano que empresa participa na Feira de São Bartolomeu e não tem dado o tempo por perdido. «Não se vende muito porque os clientes não querem ser vistos a comprar este produto, mas fazem-se contactos que se concretizam logo no curto prazo», admite o empresário, segundo o qual os preços vão dos 700 euros, mais IVA, por um cofre «de qualidade», a mais de mil euros (+IVA) por um equipamento resistente ao assalto, o que quer dizer que tem sistemas anti-fogo, anti-maçarico, anti-disco de corte ou broca. «É material muito bom e com o mínimo de assistência», garante, revelando que o principal problema acontece quando os clientes perdem as chaves do cofre.

O público tem sido uma constante nos primeiros dias do certame

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