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Uma crónica refrescante…

Mitocôndrias e Quasares

Com o início do Verão, a silly season começa a conquistar adeptos, até mesmo neste espaço. Como tal, no artigo desta edição, abandonamos os novos avanços da Ciência e Tecnologia e vamos à procura respostas para algumas situações que ocorrem ao comum dos mortais diariamente. Situações onde a ciência tem uma palavra a dizer, ou melhor, uma explicação a expor.

As cortinas do chuveiro andam a ver se o apanham.

Quando se está a tomar banho, as cortinas de plástico do chuveiro adquirem vida e tornam-se extremamente pegajosas. Mas qual o motivo para esta perseguição? Duas razões: em primeiro lugar, a água do banho aquece o ar, que se ergue até ao topo. Em segundo lugar, o movimento rápido da água e do ar que sobe reduz a pressão do ar, e por isso, o ar que está fora da cortina move-se para dentro de forma a preencher o espaço, levando a cortina consigo.

O fumo das sardinhadas vai sempre parar-lhe à cara.

Nesta época do ano, onde as sardinhadas são recorrentes, achamos sempre que estamos na linha de fogo do fumo. Procuramos afastar-nos o mais possível do fumo, mas ele, num ato de provocação, vem sempre na nossa direção.

A verdade é que a natureza caótica do fumo da fogueira, que é justificada pelo conhecimento matemático, garante que todos os envolvidos na sardinhada apanhem uma bela lufada de fumo.

Os insetos passam o dia todo a tentar sair de casa e toda a noite tentar entrar.

Nestes dias de Verão, irá com toda a certeza encontrar uma mosca, freneticamente, a tentar sair de casa durante por uma janela fechada. Já durante a noite, se deixar uma janela aberta, no dia seguinte, o mais provável é ter um colónia de mosquitos. Estes dois factos explicam-se da seguinte modo.

Os insetos procuram afastar-se de zonas pouco luminosas para zonas com maior luminosidade, como fizeram durante milhares de anos. Acontece que agora nós acrescentámos mais um obstáculo a este percurso que os insetos não detetam: o vidro. Daí que eles quando decidem, durante o dia, sair de casa, para zonas mais luminosas, encontram um entrave muito grande.

Durante a noite eles fazem um percurso inverso, procurando a luz das nossas casas. Os cientistas tentam explicar esta tentativa de aproximação à luz, através de duas ideias. A primeira de orientação. Os insetos confundem a luz, com lua e tentam usá-la para se orientarem. A segunda refere que a luz do interior das casas é associada ao céu e à liberdade.

Quando está com pressa os semáforos estão todos vermelhos.

Está atrasado para um compromisso e necessita que os semáforos colaborem consigo. Não conte com isso, ou melhor, pode ter os semáforos do seu lado se tiver atenção ao seguinte aspeto. Numa cidade, os semáforos de um determinado número de cruzamentos estão coordenados. Os responsáveis pelo trânsito autorizam os carros a circular a 50 km/h e, deste modo, se mantiver este limite de velocidade irá ver os semáforos a ficarem verde à medida que se aproxima deles. Agora se, pensar em ultrapassar estes limites e a sua média for superior ao valor máximo, vai ver como os semáforos o vão prejudicar. Também é verdade, que os semáforos vermelhos acabam por estar mais ativos (cerca de dois terços) do que os semáforos verdes, devido aos interruptores para peões ou aos limitadores de velocidade.

As torradas caem sempre com a manteiga virada para baixo.

Uma das mais famosas Leis de Murphy afirma que: “Tudo o que pode correr mal, corre mal de certeza”. É o caso de uma torrada que ao cair do prato fica com a manteiga virada para solo.

Se lançar uma moeda ao ar e a deixar cair, tem 50% de probabilidades sair cara ou coroa, agora se deixar cair uma torrada tem 100% de certeza que a manteiga vai deixar marcas. Este facto explica-se, não pela Lei de Murphy, mas sim por uma das Leis de Newton. Quando a torrada, com a manteiga virada para cima, inicia a queda, entra em rotação, e, de acordo com a 1ª Lei de Newton, só pára quando encontra um obstáculo, o solo. O problema reside no facto de a torrada só efetuar meia rotação até atingir o solo, facto que conduz ao contacto da manteiga como o solo.

A Ciência, muitas vezes, é feita de pequenas explicações, simples e diretas que permitem compreender alguns dos fenómenos mais curiosos que nos rodeiam.

Por: António Costa

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