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Um novo «cartão de visita» de Celorico

O Lagar Municipal e Centro de Investigação Gastronómica de Celorico da Beira foi inaugurado

Celorico da Beira tem, desde o último fim-de-semana, um espaço que congrega os elementos tradicionais e modernos da gastronomia e, paralelamente, forma mão-de-obra especializada nos sectores da hotelaria e restauração. O Lagar Municipal e Centro de Investigação Gastronómica foi inaugurado no sábado, uma cerimónia que contou com a presença de Luís da Silva, secretário Estado do Turismo, tendo ainda sido celebrado um protocolo de cooperação entre o Instituto de Formação Turística (INFTUR) e a autarquia local que visa a promoção de acções que melhorem a qualificação, o aperfeiçoamento, mas também a especialização dos profissionais do sector.

O Centro de Investigação Gastronómica resulta da «readaptação de um património que estava num estado de degradação bastante avançado», afirma António Caetano, autarca de Celorico da Beira, adiantando que o lagar foi adquirido por cerca de 37,5 mil euros (7.500 contos) e requalificado pelo Gabinete de Apoio Técnico (GAT) da Guarda. Em termos de investimento, a quantia aplicada nesta estrutura atinge os 415.000 euros (83 mil contos), um número «muito avultado», assegura, que conta com a comparticipação da AIBT da Serra da Estrela. Mas restaurar estruturas que pertencem ao património histórico e arquitectónico das diferentes regiões faz a diferença na hora das visitas, porque, como explica o secretário de Estado do Turismo, «as pessoas optam normalmente por locais que tenham tradições e identificação com o que é genuíno numa determinada região». E este é um espaço que congrega todos esses elementos, associando a pedra, o ferro e o aço, entre outros, elementos que conferem «um sentimento de modernidade junto com a tradição e o peso ancestral da pedra», sublinhou. Por isso, este espaço é uma «valência adicional» na apresentação da gastronomia e dos vinhos da região, mas sempre com a perspectiva de ali realizar um conjunto de iniciativas de formação de activos do sector, «que é uma das áreas mais críticas que nós temos actualmente», sublinha Luís da Silva, para quem a recuperação do espaço constitui «um importante pólo para dinamizar o interesse turístico desta região».

A unidade pretende recuperar receitas gastronómicas, algumas já perdidas no tempo e que estão na posse de pessoas mais idosas: «O que queremos é facultá-las a quem nos visita», assevera o presidente do município, esperando ainda criar mão-de-obra qualificada ligada à restauração e hotelaria através da sua formação. O projecto também se apresenta como um espaço complementar para a divulgação do queijo da Serra. Para António Caetano, Celorico começa já a possuir algumas infraestruturas com «muita qualidade» que é necessário «apetrechar com mão-de-obra especializada», daí a emergente preocupação com a formação especializada. Uma necessidade que será complementada com o protocolo celebrado com a Escola de Hotelaria de Coimbra, que desenvolverá actividades formativas naquelas instalações. Inicialmente, o Centro de Investigação Gastronómica pretendia atrair investidores locais do sector hoteleiro e gastronómico, de forma a criar uma única estrutura que funcionasse «como um cartão de visita de Celorico da Beira», argumenta António Caetano, e complementar a outras estruturas já abertas ao público. De resto, o autarca assegura que a gastronomia e os preços praticados «não entram em concorrência com ninguém», pois a ambição deste espaço é somente o de «não dar prejuízo», realça.

Patrícia Correia

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