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Um miradouro para o património

Primeiro miradouro virtual da Europa já está a funcionar em Pinhel

Desde o final da semana passada que a torre Sul do castelo de Pinhel está transformada num enciclopédico ponto de observação do património da região graças ao miradouro virtual. O projecto da Ydreams, adquirido pelo Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), já está a funcionar, a título experimental, naquele monumento nacional, disponibilizando aos visitantes informação detalhada sobre castelos, praças-fortes e outros locais de interesse da região.

«Pequenos projectos como este contribuem para aproximar as pessoas do património de forma real, pois basta carregar no manípulo para se conseguir um conjunto de informações sobre a riqueza histórica desta zona», afirmou João Belo Rodeia, presidente do IPPAR e primeiro utilizador oficial do primeiro miradouro virtual da Europa. Semelhante aos tradicionais miradouros ópticos, este sistema assenta em tecnologia de visualização interactiva que permite a sobreposição de elementos virtuais e geo-referenciados sobre determinados pontos do horizonte. No caso de Pinhel, avistam-se, entre outros atractivos, as Aldeias Históricas de Castelo Rodrigo e Trancoso, cujo castelo também vai acolher um equipamento semelhante. «A ideia é motivar os visitantes a ir aos monumentos aqui à volta», referiu Edmundo Nobre, administrador da Ydreams. E a visita guiada aos pontos notáveis varridos pela ciclópica mira do sistema custa apenas um ou dois euros. O próximo miradouro virtual vai ser colocado no castelo de Trancoso mas só depois de concluídas as obras, a iniciar brevemente pelo IPPAR, e vai oferecer algumas inovações. «Como o campo da Batalha de S. Marcos é visível a partir da torre de menagem, poderemos visualizar os movimentos das tropas no próprio local onde tudo aconteceu. Isto, porque há informação abundante sobre o acontecimento», adianta aquele responsável.

Em destaque esteve também o autarca local que aproveitou a cerimónia e a presença do presidente do IPPAR para reivindicar para o município um centro de interpretação de castelos: «Tal como o foi no passado, queremos também que, no presente, Pinhel seja uma praça avançada no estudo e na compreensão dos castelos e da arquitectura militar», sublinhou António Ruas, para quem o miradouro virtual é sem dúvida uma «mais-valia» para a “cidade-falcão”. Elogiando o trabalho da Direcção Regional de Castelo Branco, «sem o qual não teríamos hoje a muralha e a torre de menagem consolidadas», considerou que aquele centro vai permitir diversificar a oferta dos recursos endógenos e atrair mais públicos. «Mas assumir-se também como um centro de recursos científicos e educacionais de grande importância na afirmação desta região do interior em termos de turismo cultural», sublinhou o edil.

Luis Martins

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