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UBI recusa assinar pacto com CCDRC

António Fidalgo exige especificação do valor que será investido no Centro de Competências e Ana Abrunhosa rejeita alegando «falta de maturidade» do projeto

Estava marcada para sexta-feira a assinatura do memorando para a criação de um Centro de Competências em computação e saúde na Universidade da Beira Interior (UBI). A cerimónia iria realizar-se na reitoria, mas na noite anterior o local foi alterado para a sede da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), em Coimbra. O reitor da UBI não esteve presente por se recusar a assinar o memorando.

Na mesma cerimónia participavam a Universidade de Évora (UE) e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), que assinaram um protocolo idêntico com as respetivas comissões regionais. Em comunicado, António Fidalgo explicou que na véspera, quando recebeu a verão final do memorando, verificou que, «sendo o clausulado dos três memorandos idêntico, o  da UBI e CCDR Centro diferia dos outros dois num ponto, o compromisso financeiro da CCDR Centro». É que o protocolo referente à UTAD, com a CCDR Norte, assumia um valor de 1,5 milhões de euros por ano. A UBI ainda tentou que o documento fosse corrigido mas a CCDRC recusou incluir essa especificação. Perante isto, António Fidalgo remeteu o assunto para o ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, autor do desafio lançado às universidades do interior. Miguel Poiares Maduro descartou responsabilidades e sublinhou que não iria interferir nas negociações entre as universidades e as respetivas CCDR.

Já no dia da cerimónia, e perante a ausência do reitor da UBI, a presidente da CCDRC justificou que o memorando não era assinado por «necessidade de maturidade» do projeto e que só quando estiver «num determinado estado de maturidade» poderão ser avançados valores. Ana Abrunhosa acrescentou que é sobretudo a componente empresarial que terá de ser melhor trabalhada na Covilhã. Entretanto, António Fidalgo já disse esperar que esta recusa não comprometa em definitivo a concretização do centro de investigação: «Reconheço que a situação é delicada, mas tudo faremos para concretizar este desafio dentro do que está ao nosso alcance. No entanto, é necessário haver financiamento», declarou o reitor. O projeto dos Centros de Competência surge no âmbito da estratégia de criar uma nova linha de atuação para as universidades mais afastadas do litoral. Poiares Maduro lançou um desafio a cada uma das universidades do interior, dizendo-lhes que, no âmbito do Portugal 2020, o Governo estaria disponível para apoiar a criação de um centro de excelência internacional com ligação ao tecido económico local.

Ana Eugénia Inácio Criação de Centro de Competência em computação e saúde adiada

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