«Um percurso de esforço e perseverança, na superação de obstáculos e na obtenção de sucessos, que nos conduziram ao que somos hoje: uma universidade segura de si e respeitada pelos outros», afirmou o reitor da Universidade da Beira Interior (UBI) no discurso da sessão de abertura do ano académico, realizada na segunda-feira.
A UBI assinala este ano o 30º aniversário e António Fidalgo não tem dúvidas que «ensinar e fazer ciência como cultura da exigência» é uma das marcas da instituição, garantido que ali «não reduzimos a ciência a um conjunto de conhecimentos certos, demonstráveis e fiáveis». Para o reitor, o caminho está definido e fazer da UBI «ainda mais viva e mais brilhante» é uma das metas, mas para isso será necessário que «os jovens e os menos jovens que formamos sintam a fascinação da ciência, a fascinação de entender o que nos rodeia, que nos causa estranheza e nos leva a perguntar ‘porquê». A cerimónia ficou também marcada pela atribuição de três doutoramentos “honoris causa”. António Salvado, «uma figura cimeira da cultura e da poesia portuguesa», a Elisa Pinheiro, «uma das investigadoras mais importantes do estudo do património industrial da Covilhã», e a professora Ryszard Kowalczyk, pelo seu «forte dinamismo e liderança natural» e porque «ajudou a construir a história da UBI», salientou o reitor, foram as personalidades distinguidas. Três personalidades que, para António Fidalgo, «se dedicam à cultura e à ciência, engrandecendo-as».
A sessão contou ainda com a presença da secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que falou em «orgulho» referindo-se ao percurso da UBI. Maria Fernanda Rollo lembrou que a instituição beirã «tem um contexto que é preciso reconhecer» e salientou a importância do Museu dos Lanifícios, que considerou «é uma referência nacional». «Sempre na crista da anda», prosseguiu a governante, a UBI apresenta um «equilíbrio de disciplinas com prestígio no campo da investigação e formação». A secretária de Estado não se poupou a elogios, tendo mesmo considerado que a UBI está presente no contexto social da cidade e «transformou a Covilhã num laboratório vivo de ciência e de cultura. Colocou a Covilhã no mapa e respeitou o seu património e sua história». As diferenças entre o litoral e o interior também não foram esquecidas com a secretária de Estado a salientar que «não há país sem interior e o litoral sem interior não existe».
Numa mensagem para o país, Maria Fernanda Rollo defendeu que é preciso aumentar o número de alunos no ensino superior em Portugal, sublinhando que é «inaceitável» que apenas um em cada três jovens, com idade para o efeito, esteja a frequentar o ensino superior. «Temos bem consciência de que essa formação é necessária em termos de realização pessoal e para construirmos um país com mais justiça, mais equidade e mais bem-estar para todos nós», concluiu a governante.
Ana Eugénia Inácio