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UBI com mais alunos

Universidade preencheu 853 das 1.210 vagas atribuídas, mas Engenharia Electrotécnica não teve alunos

A Universidade da Beira Interior (UBI) conseguiu captar, nesta primeira fase de acesso ao ensino superior, 853 novos alunos em 1.210 vagas abertas. Trata-se de um acréscimo de estudantes em comparação com o ano transacto, restando apenas 357 lugares por preencher na segunda fase do acesso.

Das 27 licenciaturas com lugares atribuídos, 13 ficaram completamente preenchidas: Medicina, Arquitectura, Ciências do Desporto, Psicologia, Sociologia, Ciências Biomédicas, Bioquímica, Ciências da Comunicação, Cinema, Design Industrial, Gestão, Marketing e Ciências Farmacêuticas. Inversamente, as áreas ligadas ao ensino e às engenharias continuam a cativar poucos ou nenhuns candidatos. É o caso de Engenharia Electrotécnica, que ficou deserto nesta primeira fase. A funcionar com menos de 10 estudantes estarão também cinco cursos: Línguas, Literaturas e Culturas, que apesar de ter sido reajustado ao Processo de Bolonha (fundindo os cursos de Língua e Cultura Portuguesas, Português/Espanhol e Português/Francês), apenas conseguiu captar três alunos para as 40 vagas disponíveis. O mesmo acontece em Ensino de Informática e Matemática, com um único aluno para as 20 e 15 vagas abertas, respectivamente. Pouca sorte tiveram igualmente as licenciaturas em Engenharia Electromecânica (2 alunos para 40 vagas) e Engenharia Civil, cuja procura tem vindo a decrescer nos últimos anos. Das 70 vagas disponíveis, apenas seis foram preenchidas.

Tal como seria de esperar, os cursos da área da saúde foram os que registaram as médias de entrada mais elevadas. Medicina, como em todo o país, volta a liderar a tabela, com uma média de 17,96 valores, um pouco inferior à média do ano passado em virtude do aumento do número de vagas. Em segundo lugar está Ciências Farmacêuticas, o novo curso da UBI e o único adaptado a Bolonha com o mestrado incluído, com uma média de 17,09 valores, seguido de Ciências Biomédicas com 15,54. Vêm depois Arquitectura com 15,22 e Psicologia com 148,3. Com poucos alunos estão os cursos de Filosofia (10 para 30 vagas), Engenharia Informática (12 para 65), Engenharia Aeronáutica (19 para 40) e Optometria – Ciências da Visão (17 para 45). Já Design Multimédia conseguiu preencher 36 dos 40 lugares, Design de Moda (25 em 40), Economia (42 em 50) e Química Industrial (24 em 35). O reitor Santos Silva disse estar satisfeito com o crescimento do número de alunos e pelas «médias bastante razoáveis» alcançadas em grande parte dos cursos. Por outro lado, destaca o facto da UBI ter sido escolhida em «primeira ou segunda opção» por muitos dos candidatos. No entanto, admite estar «apreensivo» com a falta de candidatos – o que também acontece a nível nacional – nas Engenharias. «É necessário aplicar medidas que estimulem os alunos para a Matemática e as Químicas nos ensinos básicos e secundários, pois o país nunca poderá ser promovido na inovação e tecnologia com um número reduzido de alunos nestas áreas», alertou.

Liliana Correia

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