António Fidalgo queria que a sua lista tivesse obtido mais um mandato, João Queiroz prefere esperar pelos «próximos episódios» e Santos Silva reitera que se votou para o Conselho Geral (CG) e não para a reitoria da Universidade da Beira Interior (UBI). Os três putativos candidatos a reitor nas eleições do próximo ano preferem enaltecer a grande adesão às urnas e esperam agora pela cooptação dos membros externos à instituição. A tomada de posse do novo CG deverá ocorrer nos próximos dias.
Recorde-se que nas eleições de dia 6, a lista “C” que apoia António Fidalgo, tendo em vista uma posterior candidatura à reitoria, obteve 113 votos, contra 99 da lista “B”, encabeçada por Manuel Santos Silva, e 96 da “A”, apoiante do atual reitor João Queiroz. Apesar das diferenças, todas as listas garantiram cinco mandatos. A O INTERIOR, António Fidalgo admitiu que «ambicionava que a Lista C tivesse mais um mandato», mas escusou-se a comentar se esta vitória o deixa em vantagem para as eleições para a reitoria. «Agora, os eleitos vão cooptar os oito elementos externos e depois eleger o presidente do CG. Vamos aguardar com calma que isso seja feito e no final deste processo poderei adiantar mais», salientou o professor catedrático de Ciências da Comunicação. Já Santos Silva sublinhou que o ato eleitoral foi «extremamente participado, como nunca tinha sido até agora», e considerou que a lista que apoiou alcançou um «bom resultado».
Para o antigo reitor, a repartição do número de eleitos revela que «houve um bom debate e troca de ideias e argumentos sobre o futuro da UBI». De resto, na sua opinião, o «grande problema é que se colocaram estas eleições como se fossem para a reitoria. Todos nos candidatámos a integrar o CG, que é o órgão máximo de gestão da UBI», recordou. Apesar de não afastar a possibilidade de uma nova candidatura, o professor declara que «não é altura de falarmos nessas eleições. Isso é descredibilizar um órgão importantíssimo como é o CG». Por seu turno, o atual reitor, único candidato já assumido ao cargo, felicitou a Academia pela «forma participada e digna» como decorreu o escrutínio e também «aqueles que tiveram mais votos». João Queiroz disse não ter ficado preocupado por a sua lista ter sido a menos votada, afirmando que tem a «consciência tranquila e o sentimento de missão cumprida da melhor forma que foi possível».
Quanto ao resto, «há-de ficar para os próximos episódios», afirmou. Também os estudantes não “abrem o jogo” sobre o candidato a apoiar em 2013: «Sempre dissemos que esta era uma lista independente de qualquer candidato a reitor. Quando apresentarem as suas ideias e os seus projetos, então tomaremos uma decisão. O melhor a fazer é esperar, até porque neste momento o único candidato assumido é o atual reitor», declarou Pedro Bernardo, presidente da associação académica que liderou a lista que garantiu quatro dos cinco lugares para alunos. O outro foi conquistado por Noel Vieira, para quem também «ainda não faz sentido associarmo-nos a qualquer candidato a reitor». Na altura certa o seu voto irá para o candidato que «apresentar melhor sumário executivo e o que mais sentido faça para defender os interesses dos estudantes», acrescentou.
Carlos Salema, presidente do CG ainda em funções, adiantou a O INTERIOR que não há ainda data definida para a tomada de posse dos membros recém-eleitos, «embora tudo indique que seja muito proximamente».
Os 21 membros eleitos
Foram eleitos 21 membros para o Conselho Geral, 15 professores, cinco alunos e um funcionário. Os docentes e investigadores eleitos foram Joaquim Viana, Manuel Santos Silva, Paulo Pimentel Oliveira, Fernando Santos, Luiza Granadeiro, António dos Santos Pereira, Anabela Dinis, Maria Eugénia Silva, Cândida Tomaz, José Manuel Santos, João Ferreira, Manuel Loureiro, António Tomé, João Carlos Correia e José Ignacio Verde. Já pelos estudantes, foram eleitos Pedro Bernardo, Pedro Oliveira, Gonçalo Camarinhas, Noel Vieira e António Marques. Por último, Paulo Roque obteve o único mandato destinado aos funcionários.
Ricardo Cordeiro