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Trigémias triplicam despesas e alegrias

Meninas que nasceram no passado 27 de novembro, dia do feriado municipal da Guarda, estão bem e a poucos dias de ir para a creche

A 27 de novembro do ano passado, dia em que a Guarda comemora o feriado municipal, Ana Cruz dava à luz três meninas, com apenas 33 semanas. Seis meses depois, O INTERIOR foi saber como estão Tatiana, Beatriz e Vitória.

Acompanhada do avô das trigémeas, a mãe recebeu-nos em casa. Não há braços que cheguem para as lides domésticas e para se dedicar às bebés. «Temos que nos dividir por três», garante a Ana Cruz. De fácil sorriso, Vitória é quem pede mais atenção, gosta que conversem com ela. No dia da visita de O INTERIOR, Beatriz estava doente com uma otite e Tatiana não deixou ninguém dormir nessa noite. «Dormimos três horas no máximo e não foram seguidas», conta a jovem mãe, adiantando que «o cansaço é bastante, mas o sorriso delas faz-nos esquecer tudo o resto». Com ritmos diferentes, por vezes adormece uma das bebés, mas logo a seguir outra chora e nenhuma acaba por dormir. É o pai de Ana, já reformado, que agora exerce «a melhor profissão de todas». Passou de perito da PJ a “ama” das netas, o que faz com grande dedicação e carinho. Rogério Rodrigues, o pai das crianças, trabalha durante o dia e, como «é impossível estar sozinha com as bebés», é o avô das trigémeas que ajuda a progenitora.

Durante os primeiros meses a Câmara da Guarda enviou uma funcionária de um infantário que ajudava Ana ao longo da tarde, durante três horas. «Uma ajuda que deu muito jeito, mas acabou por ser por pouco tempo», refere Ana.

Hoje a família não tem qualquer apoio extra. As trigémeas já começaram a comer as papas e a beber leite em pó, cujas embalagens dão no máximo para dois dias. Já quanto às fraldas, Ana perde a conta às quantidades necessárias por dia. «Ainda tentei junto das grandes superfícies obter um apoio. Sei que noutros países, em caso de trigémeos, oferecem as fraldas durante um ano, seria uma grande poupança, mas nunca obtive resposta», lamenta a jovem guardense.

Em breve as bebés vão entrar para a creche porque Ana terá de regressar ao trabalho, depois de já ter gozado seis meses de licença de maternidade. Estes foram pagos a 100 por cento. A mãe poderia optar por alargar a licença, mas veria o seu ordenado reduzido para 80 por cento «e o dinheiro faz muita falta».

Embora as despesas sejam sempre a triplicar, Ana não esquece que «as alegrias também» são na mesma medida, pelo que confessa estar já um pouco «ansiosa» com o aproximar do dia em que as suas meninas vão para a creche.

«Durante este tempo foram24 sobre 24 horas com elas e depois também não sei como vão reagir», receia. Com três bebés para preparar, o dia já está planeado: tem de começar às 6h30 para que às 9 horas elas já estejam na creche e os pais a trabalhar. De resto, as bebés, embora prematuras, passaram apenas um dia e meio na incubadora, crescem saudáveis e sem quaisquer problemas. «Desde os quatro meses que interagem connosco» e a cada dia há uma nova descoberta. Esta é também uma nova aprendizagem para os pais que vivem um dia de cada vez e sabem que sem o apoio dos avós «não seria possível».

Ana Eugénia Inácio Vitória, Beatriz e Tatiana fazem amanhã seis meses

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