Os resultados da segunda fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior, divulgados na semana passada pela Direção-Geral do Ensino Superior, mostram que na Universidade da Beira Interior e no Instituto Politécnico da Guarda entraram 494 alunos para um total de 1.084 vagas sobrantes da primeira fase. Na UBI entraram 320 alunos para um total de 486 vagas (65,8 por cento), enquanto no IPG ficaram colocados 174 novos estudantes para um total de 598 vagas (29,1 por cento). A zero ficaram novamente os cursos de Engenharia Civil de ambas as instituições, bem como a licenciatura em Engenharia Topográfica do IPG.
Na universidade covilhanense foram 15 os cursos que preencheram todos os lugares que ofereciam. As médias mais elevadas voltaram a registar-se em Medicina, Ciências Biomédicas e Ciências Farmacêuticas, com 18,6, 16,4 e 16,2 valores, respetivamente. Por outro lado, o último colocado na licenciatura em Estudos Portugueses e Espanhóis entrou com média de 10. Já no Politécnico da Guarda, os cursos de Desporto, Gestão e Enfermagem foram os únicos que preencheram todos os lugares. No que respeita à média do último colocado, Enfermagem volta a ser o melhor curso, com 12,8 valores. Já em Gestão e Gestão de Recursos Humanos, os últimos alunos entraram com 9,7.
O presidente do IPG diz que os resultados não o surpreendem e que «nunca esteve otimista» relativamente ao concurso nacional de acesso deste ano. Ainda assim, Constantino Rei admite «alguma surpresa» face à inexistência de colocados em Engenharia Topográfica e Engenharia Civil depois das duas fases, mas salienta que estes derivam de «uma situação comum a todo o país» e que por isso «não nos podemos precipitar a tomar medidas drásticas». De resto, o dirigente lembra que «há cerca de 10 anos, o curso de Gestão esteve dois anos seguidos sem conseguir colocar alunos e sobreviveu, e hoje é um dos nossos cursos que esgotou as vagas». No caso dos dois cursos de engenharia, «terá de haver forçosamente a junção de algumas turmas», mas o presidente acredita que a situação nesta área «melhorará nos próximos anos, para bem do IPG mas sobretudo do país».
Constantino Rei revela que o IPG tem este ano «cerca de mil novos alunos», um número «melhor que o do ano passado», e volta a destacar que a instituição «não vive só do concurso nacional de acesso», referindo-se às «várias centenas» de alunos que entram na instituição através dos Cursos de Especialização Tecnológica (CET), concursos especiais, transferências e mudanças de curso.
Por seu turno, o reitor da UBI mostra-se «satisfeito» com os resultados alcançados nesta segunda fase, destacando que o número de alunos colocados na instituição no final das duas fases de acesso «é superior ao ano passado». Já quanto ao curso de Engenharia Civil, João Queiroz reitera que se trata de «um problema conjuntural», e que o nulo de colocações «em nada tem que ver com a qualidade do curso». O responsável máximo da UBI admite, no entanto, a necessidade de «analisar o tipo de ajustamentos a fazer e a atitude a tomar» relativamente aos cursos com menos colocações. O curso de Tecnologias e Sistemas de Informação, que registou apenas cinco colocados, também preocupa João Queiroz, mas o reitor destaca que, na mesma área, «o curso de Engenharia Informática esgotou as vagas». Já quanto ao curso de Filosofia, que também se ficou pelas cinco colocações, o reitor adiantou que vai «propor seu o encerramento» no próximo ano letivo.
No final desta segunda fase, a UBI regista uma ocupação de 87,2 por cento do total de vagas oferecidas (1295), tendo ainda 166 vagas em aberto para a terceira fase, enquanto no IPG estão agora ocupadas 44,3 por cento das 761 vagas iniciais, sobrando ainda 424 lugares. As candidaturas da terceira fase decorrem até amanhã, com os resultados a serem divulgados dia 11.
Fábio Gomes