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«Três centros comerciais ao mesmo tempo?»

Miguel Portas esteve na Guarda e avisou que o negócio não vai correr bem para os três e, sobretudo, para o pequeno comércio

Miguel Portas, eurodeputado pelo Bloco de Esquerda (BE), esteve na Guarda, no sábado, para participar num comício integrado na quinta edição do acampamento nacional de jovens do partido – iniciativa que terminou na última segunda-feira, em S. Gião, na Serra da Estrela.

A precariedade do emprego e o «egoísmo social» que tem predominado nas políticas do Governo estiveram no centro das críticas de Miguel Portas, perante uma plateia de mais de uma centena de jovens bloquistas. «Estamos a entrar numa situação que já não conhecíamos desde os anos 70 na Europa, que é uma combinação entre desemprego e inflação», afirmou. Quanto à Guarda, o eurodeputado garantiu que a política do BE passa por «valorizar tudo aquilo que se faz de bem nas cidades do interior, porque não são muitas coisas». E exemplificou com o trabalho da Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Serra da Estrela. De resto, não poupou críticas a algumas opções tomadas na capital de distrito: «É normal que a Guarda, com os problemas que tem com o pequeno comércio, não esteja a pensar num centro comercial, mas em três ao mesmo tempo?», questionou. Mas as perguntas não ficaram por aqui: «Que consequências é que isto vai ter na vida da cidade?», continuou.

A resposta veio logo a seguir: «Como é evidente, não vai correr bem para os três e principalmente para o pequeno comércio», avisou, criticando «quem pensa que, dando uns centros comerciais e umas modernices, as pessoas são enganadas». O impasse vivido no projecto da Plataforma Logística também não foi esquecido. «Era a solução para a Guarda, em que se investiram milhões. A estrutura está feita e, agora, quantas empresas lá estão?», interrogou novamente. Para o bloquista, o motivo é simples e tem a ver com o preço do metro quadrado. Por isso, «de que adianta investir se depois não há uma política que permita às empresas instalar-se?», criticou. A terminar veio a ironia, pois para Miguel Portas até «uma dona de casa é capaz de governar melhor o país do que José Sócrates».

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