A Transcovilhã, concessionária dos transportes urbanos da cidade, realizou terça-feira uma viagem inaugural de duas novas viaturas destinadas ao serviço nos circuitos suburbanos de ligação à “cidade neve” a partir do Teixoso e do Tortosendo. As restantes zonas vão continuar a ser servidas pelos sete autocarros antigos, refere Salvador Fernandes, da administração da empresa, garantindo que a renovação da frota também vai passar brevemente por aquelas carreiras, bem como nas carreiras do circuito mais urbano.
Os dois novos autocarros vão entrar ao serviço «o mais rápido possível», assegura aquele responsável, destacando que se trata de viaturas modernas, com zero quilómetros, suspensões e interiores cómodos, ar condicionado e som ambiente que equipam as frotas das «maiores cidades europeias». No final da viagem inaugural, entre o Teixoso e a Covilhã, a comitiva constituída por Carlos Pinto e mais alguns elementos da autarquia e Juntas abrangidas, foi unânime ao afirmar que se trata de uma «boa aquisição por parte da concessionária». Para o autarca, a atitude da Transcovilhã, consórcio entre a Joalto e a Auto-Transportes do Fundão, significa «atenção nos aspectos de qualidade e de renovação que é preciso no material circulante». Pinto entende que numa cidade de montanha o desgaste é superior ao das cidades de planície, registando «com satisfação» este esforço da empresa. Mas garante que as novidades não têm qualquer relação com o concurso público anunciado para o final deste ano ou início do próximo. «São coisas distintas», esclarece, referindo que há uma concessão em curso e com um prazo. Mas quando este terminar «é natural que não podemos renovar concessões sem ser por concurso público», frisa.
Relativamente aos serviços da Transcovilhã, que têm sido criticados pela autarquia, Juntas e populares, o edil esclarece que a Câmara não tem que se pronunciar sobre as adaptações de viaturas, mas sim sobre a globalidade dos serviços. «Temos que saber o que se passa do ponto de vista do serviço prestado. A Câmara não interfere se a viatura deve ser mais adequada ou não aos circuitos», afirma Carlos Pinto, para quem «não pode haver picos de qualidade». O presidente refere-se sobretudo à qualidade que deve manter-se estável e corresponder à exigência de segurança e conforto «tal como consta no caderno de encargos». Ainda assim, elogia o facto da Transcovilhã estar «sempre atenta» ao solicitado pela Câmara. Quanto ao concurso público, garante que o caderno de encargos deve estar pronto «proximamente», já que o limite para o lançar vai até ao final do ano. Já Salvador Fernandes diz desconhecer tal concurso, mas promete concorrer «se houver». Quanto a este investimento (cada autocarro custou cerca de 100 mil euros), garantiu que não se tratou de qualquer reacção às críticas do município, uma vez que os veículos estavam encomendados desde Dezembro de 2004 e «só agora entraram ao serviço». O administrador esclareceu que «não se compram como os carros, têm que ser encomendados e se quiser comprar um hoje não o tenho antes de Março de 2006». A Transcovilhã vai continuar com nove autocarros nas ligações à cidade, mas não se descura a possibilidade de se estudarem novos projectos.
Rita Lopes