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Trancoso

O que querem os candidatos no seu concelho

Amílcar Salvador (PS)

P – Qual é a marca deste mandato?

R – Destaco duas atitudes. A primeira, a seriedade. Procurámos, e sem dúvida conseguimos, ser inteiramente sérios e rigorosos na gestão autárquica, o que teve inegáveis consequências na imagem melhorada que a Câmara transmite hoje aos cidadãos. Isso resultou também na diminuição da dívida em mais de seis milhões de euros e na aceleração do prazo médio de pagamento a fornecedores, de mais de 300 dias para cerca de 40. A proximidade é outra marca. Nunca a Câmara de Trancoso esteve tão aberta e tão próxima dos cidadãos.

P – E o seu principal projeto se for reeleito?

R – São dois projetos. O alargamento da zona industrial de Trancoso, para o qual já temos terreno e financiamento da infraestruturação aprovado no âmbito do Portugal2020. Será um dos primeiros projetos a avançar no próximo mandato e resultará na criação de quinze lotes industriais. O outro é uma obra pela qual Trancoso anseia há muito: a recuperação do Paço Ducal para Paços do Concelho que permitirá dotar Trancoso de instalações autárquicas modernas e funcionais. Também já temos a promessa governamental de apoio para esta obra, o projeto está concluído e a sua realização avançará em breve.

P – Como vai resolver a principal carência do concelho?

R – É a escassez de emprego que conduz necessariamente ao despovoamento. É urgente uma dinâmica que conduza à criação de novas empresas e a atração de unidades produtivas instaladas noutros locais. Neste mandato, embora tivéssemos identificado o problema, não conseguimos intervir decisivamente nesta área. O saneamento financeiro do município exigiu muita atenção e consumiu a maior parte dos recursos financeiros disponíveis. Além disso, Trancoso não dispunha de lotes para disponibilizar aos empresários interessados. O que vai ser corrigido em breve. Paralelamente, a Câmara vai criar uma incubadora industrial destinada a iniciativas empreendedoras na área da agroindústria.

Cinco primeiros nomes da lista à Câmara:

1º Amílcar Salvador

2º Eduardo Pinto

3ª Ana Luísa Couto

4º Carlos Martins

5º Humberto Almeida

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António Nascimento (CDS)

P – Como avalia a gestão da atual maioria?

R – Se há quatro anos a vontade de mudança era grande, as expectativas do eleitorado ainda eram maiores. A verdade é que hoje os habitantes de Trancoso estão desiludidos com a inoperância e falta de estratégia da maioria PS. Fazem bandeira com a redução de prazos e dívida a terceiros, empurrando para baixo do tapete a monstruosidade do passivo herdado pelas obras da PPP, que pura e simplesmente não paga e até ignora. Fazem obra de forma avulsa em ano eleitoral, cultivando a subsídio-dependência do associativismo. Trancoso continua sem zona industrial disponível, apesar de ter terreno e projeto para tal, mas a Câmara é capaz de gastar muitas dezenas de milhares de euros em dez noites na feira de S. Bartolomeu. Também não cuida do património e presta maus serviços de turismo neste museu a céu aberto, acredito por tudo isso que o PS será penalizado no dia 1.

P – Qual é, neste momento, a principal carência do concelho?

R – Neste país de “risco ao meio”, estar no interior significa quase sempre despovoamento e economia débil, sem capacidade de criar emprego e gerar riqueza. Também é este o nosso cenário, salvaguardando um ou outro caso.

P – E o seu principal projeto?

R – O nosso projeto assenta nos vetores Pessoas (Ação social, incentivos à natalidade e envelhecimento ativo), Economia (apoio ao empreendedorismo jovem, dinamização e promoção dos produtos endógenos, criação de zona industrial e revitalização do comércio), Ambiente (infraestruturas, reflorestação e ordenamento florestal. Gestão e limpeza dos espaços públicos), Turismo, património e cultura (valorizar o património, criar conteúdos, organizar os serviços de turismo) e Reorganização da estrutura municipal.

Cinco primeiros nomes da lista à Câmara:

1º António Nascimento

2º Jorge Tavares

3ª Maria das Neves Tomaz

4º Diogo Ribeiro

5º Hugo Andrade

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Tiago Gil (CDU)

P – Como avalia a gestão da atual maioria?

R – Marcada pela aposta no aparente reequilíbrio financeiro do município, a atual maioria esqueceu as questões ambientais, a proteção dos espaços verdes (inclusive e sobretudo do Parque Municipal, classificado como Arvoredo de Interesse Público desde 2004) e negligenciou os focos de insalubridade e os vazadouros de entulho existentes no concelho. Não tomou medidas concretas para solucionar os problemas com a qualidade da água e as tarifas. Revelou ainda debilidades na proximidade aos cidadãos e na articulação com as freguesias, instituições e associações locais, bem como no diálogo social. Saúdam-se os melhoramentos realizados no mercado municipal e no Palácio Ducal, embora a refuncionalização deste espaço deva ser debatida com a comunidade. A vocação dominantemente cultural deste espaço, em articulação com o centro histórico, também não deve ser esquecida.

P – Qual é, neste momento, a principal carência do concelho?

R – São várias, mas cremos que a principal é o galopante decréscimo populacional e a consequente desertificação do território, que se deve à ausência de uma política que promova, incentive e crie condições dignas para fixação de pessoas, particularmente da população jovem.

P – E o seu principal projeto?

R – Todas as propostas da CDU para Trancoso concorrem no sentido de fomentar a participação e o envolvimento das populações e das suas organizações nas tomadas de decisão para resolver as várias carências do concelho. É imperativa a defesa dos serviços públicos de proximidade (na saúde e educação, contrariando a sua municipalização) e do suprimento das necessidades básicas da população no acesso à água, saneamento e recolha de resíduos. Reforçamos o apoio aos pequenos e médios produtores na sua atividade e no escoamento dos seus produtos, mas também defendemos uma política de ambiente que contemple um planeamento e ordenamento do território equilibrados. Queremos uma política cultural inclusiva, diversificada que dignifique o imenso património cultural do concelho e promova a participação alargada dos indivíduos na comunidade.

Cinco primeiros nomes da lista à Câmara:

1. Tiago Filipe Batista Gil

2. Maria da Luz Dias Lino

3. João André Nunes Moleiro

4. Cátia Vanessa Santos

5. Lucília da Assunção Ramos

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NR: Os candidatos ausentes deste trabalho não responderam em tempo útil às questões colocados por O INTERIOR.

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