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TMG dentro das expectativas

Festivais Do Outro, Ó da Guarda e Acto Seguinte em destaque no próximo trimestre

O balanço dos primeiros três meses de funcionamento do Teatro Municipal da Guarda (TMG) fica para mais tarde, mas, à partida, a autarquia está satisfeita com a afluência de público. «As pessoas estão a corresponder às nossas expectativas», garante o presidente Álvaro Guerreiro. A programação do segundo trimestre de actividade do espaço cultural da Guarda foi apresentada na passada quinta-feira e inclui três grandes festivais: Festival do Outro (Julho), Ó da Guarda (Agosto) e Acto Seguinte (Setembro).

«O público respondeu de forma extraordinária, o que também não era muito difícil», confessa o edil guardense, invocando a novidade do espaço e do ritmo da programação. Segundo Álvaro Guerreiro, o TMG corresponde à satisfação de uma exigência que existia na Guarda, ou seja, «aqui, as coisas não andaram ao contrário», diz, aludindo a locais em que se construíram equipamentos e só depois houve programação cultural. Na Guarda, «o conteúdo cultural já estava criado, faltava era um espaço para acolher essas realizações», recorda. Quanto ao balanço dos primeiros meses do TMG, ele será feito «oportunamente com dados específicos», assegura o autarca. «Outro dado significante é que o público presente nos espectáculos ultrapassa largamente a Guarda», regozija-se Álvaro Guerreiro, para quem o objectivo em termos de público-alvo foi alcançado. «Mas as coisas vão-se moldando ao tempo» e por isso, a partir de 1 de Julho, o parque de estacionamento vai estar aberto ao público em geral, terminado o período experimental desde Maio.

Da programação de Verão destaca-se o Festival do Outro, em Julho, cuja primeira edição será dedicada ao Brasil. Diferenças, aproximação e cumplicidades são as palavras-chaves desta proposta que pretende «ver as diferenças e descobrir como nos devemos aproximar e estabelecer cumplicidades com outros países», explica Américo Rodrigues, director artístico do TMG. No âmbito deste festival subirá ao palco do grande auditório, Tom Zé, o compositor que iniciou a sua carreira ao lado de nomes mais conhecidos como Gal Costa, Caetano Veloso ou Maria Bethânia. O TMG recebe também o inventivo músico e bailarino nordestino, Antúlio Madureira, que se estreia em Portugal. E ainda a peça Caetana, de Moncho Rodriguez e Weydson Barros Leal. O “Ó da Guarda” é outro dos festivais programados, mas este é dedicado às novas músicas: «É pequeno, com poucos meios, mas é dos mais conhecidos», pois traz públicos de Coimbra, Porto e Lisboa, frisa Américo Rodrigues. Garantida está a presença dos portugueses mais intervenientes e mais conceituados da música moderna, como Carlos Zíngaro, Nuno Rebelo, Victor Joaquim, Victor Afonso, entre outros. Mas também a banda norueguesa Supersilent vai actuar na Guarda, palco do único concerto em Portugal, realça o director artístico.

Em Setembro, a festa é outra e chama-se “Acto Seguinte”. Assim se define o tradicional festival de teatro da Guarda que o TMG vai passar a organizar regularmente. As melhores companhias de teatro do país virão apresentar propostas diversificadas e de grande qualidade. Novidade é a presença da Comuna, com a peça “A cabra ou quem é Sílvia?”: «Esta companhia só actuou uma vez na Guarda, logo após o 25 de Abril», recorda Américo Rodrigues. Participam igualmente o Teatro da Garagem, com a “Vida Continua”, ou “Music Hall”, de Jean-Luc Lagarce, uma co-produção Artistas Unidos e Tá Safo, entre outros. O café-concerto terá nos meses de Verão o apoio de uma esplanada, que vai ser animada por artistas da região e uma série de espectáculos, como a homenagem a Carlos Paredes, os instrumentos inventados por Victor Gama e a kora do guineense Galissa. Na galeria de arte estarão patentes exposições de Manuel Cargaleiro e do guardense Júlio Cunha. De resto, continua a mostra de cinema no pequeno auditório e diversas actividades nos vários espaços do TMG.

Patrícia Correia

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