Título conquistado há uma década continua bem presente

Foi há 10 anos, mas as recordações continuam bem vivas. Em julho de 2003, a equipa de juvenis masculinos da Secundária Afonso de Albuquerque conquistou o título de futsal nos jogos da FISEC (Federação Internacional do Desporto Escolar Católico). Quis o destino que uma década depois, outra escola da Guarda, a da Sé, também ganhasse esta espécie de mini-campeonato mundial. Agora, os mais velhos, hoje com 26 e 27 anos, desafiam os mais novos para uma partida onde possam “medir forças”.

Uma década depois, o autor do golo que valeu a conquista do campeonato não esquece o momento. Jogava-se o prolongamento da final contra uma equipa de Salamanca, havia um empate a duas bolas e Tiago Torres fez o 3-2. «Foi uma euforia de tal maneira tão grande que não me contive e fui expulso. Foi indescritível marcar esse golo e também quando vi o segundo amarelo», graceja o atleta. «Foi sofrer e defender até ao fim», acrescenta Luís Cunha, o único e “improvisado” guarda-redes do grupo. É que o guardião, hoje em dia mais conhecido por “Mocho”, nunca tinha jogado à baliza, mas como não havia outro decidiu oferecer-se para o lugar e a experiência resultou tanto que nunca mais jogou noutra posição. Atualmente, Tiago Torres e “Mocho” continuam a jogar juntos no GDR das Lameirinhas, onde também alinham Paulo Fonseca e Ricardo Antunes, outros dois campeões “mundiais” da FISEC.

«Sabíamos que jogávamos bem, mas não íamos com grandes expetativas de vencer. Acima de tudo, tínhamos o objetivo de nos divertirmos e de fazer o melhor», confessa este último. Já Paulo Fonseca lamenta o «azar» dos jogos da FISEC terem sido disputados em Salamanca e não num destino mais longínquo, pois «quase que andámos mais para disputar a fase nacional», disputada no Louriçal (Pombal). Todos os quatro jogam juntos há sete anos na equipa da Guarda que milita no Nacional da IIª Divisão de Futsal. Destino diferente seguiu Rui Sobreira, que há cinco anos optou por praticar taekwondo e judo, tendo sido campeão nacional na primeira modalidade logo no primeiro ano em que competiu. O atleta admite que «até tinha bons pés, mas correr não era comigo», lembrando os seis golos que marcou nos 16-1 aplicados à Holanda.

Dos cinco campeões nenhum seguiu carreira profissional no futebol ou no futsal e não hesitam em afirmar que o facto de terem crescido na Guarda não os beneficiou, tal como pode suceder com os campeões da Escola da Sé. «Gostámos que tivessem ganho, até porque nos fez recordar o que vivemos na altura. O problema na Guarda é que não há camadas jovens de futsal e os miúdos acabam por não conseguir progredir», concordam os cinco. Quem esteve mais perto do profissionalismo foi Tiago Torres, que, no primeiro ano de sénior, com 19 anos, jogou uma época no Instituto D. João V, que na altura militava na Iª Divisão. Na temporada seguinte chegou a ter contrato assinado com o Fundão, mas os «estudos falaram mais alto» e optou por regressar à Guarda. Ricardo Ramos, João Segura, Hélder Monteiro e Marco Ferreira completam o lote dos nove campeões da FISEC da Afonso de Albuquerque, cujo treinador foi o professor Hélder Jerónimo.