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Termas de Longroiva em 2008

João Mourato perspectiva a construção de um hotel termal numa terceira fase

O novo balneário das Termas de Longroiva só deve abrir ao público em «meados» de 2008, adianta João Mourato, presidente da Câmara da Mêda. Apesar das obras de construção já estarem terminadas, falta ainda fazer todos os arranjos urbanísticos, bem como a transferência de serviços do antigo pólo termal, pelo que «na melhor das hipóteses, só daqui a um ano poderemos abrir o novo balneário», sublinha.

O lançamento da primeira pedra da nova unidade termal de Longroiva aconteceu em Setembro de 2005, naquela que representa a obra de maior envergadura jamais feita pela autarquia da Mêda, num investimento que ronda os 3,5 milhões de euros, apoiado por fundos comunitários através de uma candidatura apresentada pela AIBT – Acção Integrada de Base Territorial do Côa. O projecto está dividido em três fases, sendo que a primeira já se encontra concluída e a autarquia espera «brevemente» dar início à segunda fase, que compreende os arranjos urbanísticos e a transferência de serviços do antigo pólo termal, refere o presidente. Para uma terceira fase, João Mourato perspectiva a construção de um hotel termal, que será uma mais-valia para o novo balneário. No entanto, «poderemos pôr as termas a funcionar sem o hotel, embora seja um factor redutor», ressalva o autarca.

A empreitada assume uma grande importância para o município, na medida em que pode contribuir para aumentar o número de visitantes no concelho, já que estas unidades de lazer e bem-estar são cada vez mais procuradas. Aliás, actualmente, entre Abril e Novembro, as Termas de Longroiva têm uma afluência média de 40 a 50 pessoas por dia. No futuro, com as novas instalações, João Mourato perspectiva que aquele número possa subir para «400 pessoas por dia», sublinha.

No momento do lançamento da primeira pedra do novo balneário, o autarca afirmou ter chegado a «altura das Termas de Longroiva deixarem a “semi-clandestinidade”» em que funcionaram «até há pouco tempo», admitiu. «Conseguimos dar a volta a este processo e, neste momento, estamos a caminhar com passos seguros para a concretização final, de modo a que sejam umas grandes termas e um grande pólo de desenvolvimento do concelho e da região», realçou. O complexo em construção é composto por dois pisos e será equipado com unidades de tratamento termal e piscina, electro-terapia, sauna, jacuzzi e ginásio, bem como 20 banheiras de hidro-massagem e equipamentos para tratar doenças de otorrinolaringologia para 40 pessoas em simultâneo.

O poder curativo das águas

As águas termais de Longroiva são especialmente indicadas para o tratamento de doenças reumáticas, nervosas e de pele. Entre as diversas maleitas que podem ser tratadas destacam-se a Rino-sinusite, a Psoríase, e as Lombalgias por Espondilartrose Lombar. As águas sulfurosas que servem o actual balneário termal foram desde sempre aproveitadas pelo homem, pensa-se que desde a Pré-História e com maior utilização no período romano. Na Idade Média, as Termas de Longroiva pertenceram à Ordem dos Templários, tendo passado para a Ordem de Cristo no reinado de D. Dinis. Os banhos sempre estiveram ligados ao culto da Senhora do Torrão, padroeira da freguesia e, nesse sentido, o povo até costuma dizer que cada banho tomado no dia 8 de Setembro, dia dedicado à Santa, equivale a oito. As termas possuem um caudal permanente de 30 mil litros de água sulfurosa por hora, a uma temperatura de 44 graus centígrados, com uma equipa médica e de enfermagem a garantir a indicação terapêutica aos utentes.

Alteração da Lei do termalismo impulsionou projectos no distrito

A Nova Lei do termalismo, aprovada em 2004, trouxe um novo impulso ao termalismo da região. Actualmente, já não é necessária uma prescrição médica para frequentar este tipo de estabelecimentos, cada vez mais turísticos. Nesse sentido, as termas da região adaptaram-se às necessidades dos turistas do lazer e bem-estar que procuram as termas em busca da cura para as várias doenças curáveis com a água. A proposta foi bem-vinda para os promotores das históricas termas do Cró (Sabugal), Longroiva (Mêda), Fonte Santa (Almeida) e Cavaca (Aguiar da Beira), que apesar de ainda estarem em construção prometem ser, depois de reabilitadas, verdadeiras fontes de rendimento e promoção da região. A prática do termalismo consiste no uso da água mineral natural e outros meios complementares para fins de prevenção, terapêutica, reabilitação ou bem-estar, tendo em conta as propriedades minerais das águas de cada uma das unidades termais.

Tânia Santos

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