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«Tenho uma ligação estreita à minha “terrinha”»

“Portugal das Bifanas” e “Os Improváveis” são dois dos projetos de Telmo Ramalho, natural de Figueira de Castelo Rodrigo

A vida de Telmo Ramalho deu uma volta de 180 graus quando a mãe o inscreveu, em 2007, no programa “Aqui há talento” – pois havia mesmo. A representação era apenas um “hobby” mas, atualmente, o ator, de 34 anos, divide-se entre o improviso e a comédia stand-up.

«Durante o programa apercebi-me que grande parte do humor vinha do meu personagem e decidi ter aulas de teatro», recorda Telmo Ramalho, natural de Figueira de Castelo Rodrigo. O “bichinho” estava lá e crescera desde cedo: “Canal Rural” estendeu-se até 2005 e integrava “sketches” que criava com amigos. «Tenho uma ligação estreita à minha “terrinha” e vou lá uma ou duas vezes por mês, tenho muito orgulho nas minhas origens», vinca o ator, assegurando que «influencia o meu trabalho; muitas das personagens rurais de “Portugal das Bifanas” são inspiradas em pessoas e histórias reais da zona». O espetáculo foi criado no final do curso Raul Solnado e encenado por José Renato Solnado, mas «posso dizer que só este ano está pronto, depois de quase cinco anos em cena», admite Telmo Ramalho, destacando que a melhor receção foi no interior. «O público identifica-se e compreendem mais facilmente os termos e personagens», considera.

“Os Improváveis” é um dos projetos de improviso em que participa: «A preparação do stand-up é diferente do improviso, onde não temos nada preparado», assinala, sendo que são os jogos com o público que alimentam o espetáculo onde tudo pode acontecer. O mesmo sucede em “Peças de Improviso” e “Impro Fado”, também da Mundo Improviso, em versão “long form”: «A partir de uma simples sugestão do público fazemos uma peça de teatro improvisada de uma hora, sem interrupção», afirma Telmo Ramalho, acrescentando que «somos o único grupo em Portugal neste formato».

Não há discriminação com o humor, mas há «alguma resistência em relação ao improviso, pois muita gente ainda não dá o devido valor», vinca. Mas é nesta área que se sente em casa e, no futuro, a vontade é continuar a fazer rir os outros: «Quero desenvolver o meu trabalho como ator e improvisador em vários workshops fora do país», adianta o figueirense. Entre os projetos que se avizinham, está a peça cómica “As obras completas de Shakespeare em 97 minutos” e a ambição de entrar no mundo televisivo, após alguns “sketches” para a RTP, mas não só. «Gostava de tirar da gaveta uma rádio novela de cariz cómico que escrevi há uns anos», assevera.

O ator participou no programa “Aqui Há Talento”, em 2007

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