Muitas vezes li este queixume a gente que escreve em jornais. Também o ouço a tipos calados e aos que dizem que “quem muito fala pouco acerta”. Na verdade se lerem muito, se virem bom cinema, se procurarem nos jornais, se comprarem uma revista aqui e ali assunto não falta. Tema de conversa, para lá do futebol e dizer mal dos restantes, há de sobra nas bancas e nos escaparates. Mas muita gente que conheço sofre de raciocínio, de curiosidade, vive num circuito tonto, numa conversa tipo pescada de rabo na boca, num desassossego permanente em torno das mesmas coisas. É um processo redutor, um mundo enquistado onde nada mais se ouve que os nomes deles e dos que os rodeiam. Há muitos membros desta forma de equinococos – o bicho do quisto hidático. Vivem numa redoma que lhes fala do emprego e das suas vicissitudes e depois choram a sua reforma e mirram dentro dela.
Por: Diogo Cabrita