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«Tenho dedicado a minha vida aos bombeiros»

Cara a Cara – Joaquim Matias

P – Porque decidiu avançar com uma candidatura à presidência da Associação dos Bombeiros Voluntários da Covilhã?

R – Decidi avançar porque um conjunto de pessoas me solicitou essa candidatura num contexto em que não é fácil assumir a presidência de uma associação de bombeiros pelas dificuldades e pelos recursos financeiros que agora são menores, tendo em conta as restrições impostas. Eu não podia ficar indiferente à causa dos Bombeiros da Covilhã. É uma associação que me diz muito, que já me distinguiu em tempos e num momento em que, segundo as pessoas que solicitaram a minha candidatura, precisava dos meus serviços, cá estou, sabendo, no entanto, que não é tarefa fácil.

P – Quais os principais projetos que pretende desenvolver?

R – Tendo em conta a restrição de verbas que atualmente existe, bem como os preços por quilómetro, o número de transportes que fazemos ser mais reduzido e também porque, infelizmente, o dinheiro não abunda e as instituições que servimos também têm as suas dificuldades, primeiro temos de fazer cobro às despesas mensais que temos, que rondam os 100 mil euros. Temos de fazer face a tudo isto, nunca perdendo de vista o nosso objetivo que é servir as populações. Temos 34 funcionários do quadro e isso representa encargos financeiros enormes. O quartel da vila do Paúl também está sob a alçada da direção dos Bombeiros da Covilhã e também temos um pequeno dispositivo montado na Aldeia de S. Francisco de Assis, isto tudo junto são encargos que pesam. Temos em mente fazer uma boa campanha de angariação de novos sócios. A associação tinha nos seus cadernos eleitorais cerca de oito mil sócios e neste momento, depois de terem sido limpos, conta cerca de quatro mil. Também queremos fazer uma demonstração pública de todos os recursos que temos para acudir às populações, fazendo nessa altura uma angariação de novos sócios e a venda de alguns brindes publicitários, no sentido de ver se conseguimos colmatar um défice que existe em termos da receita.

P – Será um presidente a tempo inteiro?

R – Desde que tomei posse que, com exceção dos dois fins-de-semana em que tive de me ausentar, todos os dias da minha vida têm sido dedicados a 100 por cento à causa dos bombeiros. Eu trabalho, mas, de qualquer forma e até em prejuízo da minha família e de tudo o que vinha fazendo, tenho dedicado a minha vida aos bombeiros.

P – A dívida de 120 mil euros do Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB) é uma das preocupações?

R – Vamos também pedir uma reunião para apresentar cumprimentos ao Conselho de Administração do CHCB e certamente iremos abordar essa situação, no pressuposto de que é verdade que isso nos está a causar alguns problemas. Sabemos, contudo, que o CHCB também tem as suas dificuldades e tem que haver sempre uma compreensão mútua entre quem serve e quem é servido. Se a compreensão funcionar nos dois sentidos, é meu objetivo, e penso que o sentimento será recíproco, que haja sempre uma plataforma de entendimento e uma forma de resolver esse problema. Creio, até porque conheço as pessoas, que estaremos em condições de poder conversar e resolver essa situação que me preocupa.

P – Quais as principais carências da corporação?

R – Constatei que temos muito equipamento que não está em instalações próprias. As que temos estão superlotadíssimas e temos viaturas espalhadas, com a boa vontade de alguns empresários que nos têm ajudado a guardá-las em espaços seus, mas um dia destes podemos não ter esses espaços. Vou pedir uma reunião ao presidente da Câmara para ver se eventualmente conseguimos algum apoio para uma pequena ampliação que queremos fazer no quartel com o objetivo de guardar os bens da associação, mas que estão ao serviço das populações.

Joaquim Matias

Comentários dos nossos leitores
Filomena Freire mffreire28@hotmail.com
Comentário:
Esperemos que o Sr. Prof. Joaquim Matias, esteja à altura deste cargo, porque requer uma pessoa dedicada, empenhada mas principalmente muito humana, para uma melhor prestação de serviços em prol do próximo.
 

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