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Teixeira Diniz anseia um “lobby” empresarial

Por isso, o reeleito presidente do Nerga aposta numa maior aproximação às empresas e aos empresários da região

Teixeira Diniz foi reeleito presidente da direcção do Nerga, no passado dia 6 de Março, num sufrágio que só teve um único candidato. Como “em equipa vencedora não se mexe”, o empresário que fez parte de todas as direcções da instituição, recandidatou-se ao segundo mandato, com a mesma lista que venceu há três anos. A tomada de posse foi na passada quinta-feira. Antes da cerimónia, que contou com a presença do comendador Rocha de Matos (presidente da direcção da Associação Industrial Portuguesa), entre outros, realizou-se um colóquio sobre “Inovação e Competitividade”, com a participação de Veiga Simão e Manuel Laranjo, que veio substituir Carlos Zorrinho.

«A continuidade do projecto» foi o principal motivo, que levou Teixeira Diniz a recandidatar-se à liderança dos destinos do Núcleo Empresarial da Região da Guarda (Nerga). «Acho que devemos acabar o que começámos e “levar a bom porto” a criação de uma série de estruturas», adianta o engenheiro. Para o próximo mandato já estão previstos novos projectos, a começar pela «certificação de todos os serviços do Nerga», que prevê que esteja concluída no próximo Verão. Outro dos objectivos deste mandato, «é o de haver uma maior aproximação às empresas e aos empresários», assegura Teixeira Diniz, acrescentando que «todos em conjunto, podíamos criar um grande “lobby” empresarial, onde se podiam discutir os problemas das empresas e colaborar com os empresários». Além disso, também sublinha a proposta de criação do Centro de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências com equivalência ao 12 º ano. O seu mandato fica marcado por, entre diversos factores, conseguir chegar ao fim do ano com as contas financeiras «extremamente equilibradas», tendo em conta «o atrasos de pagamentos, por parte do Estado», lamenta o responsável. Um feito histórico para aquela instituição, mas que também já tinha sido alcançado no ano passado. Daí que Teixeira Diniz revele de “cor e salteado” a receita: «um controlo muito rigoroso das despesas e das receitas, andámos sempre em cima das contas e rentabilizámos todos os investimentos». Mas, também «a mudança da mentalidade dos colaboradores», revela o presidente. De resto, a Associação Empresarial da Guarda tem desenvolvido «a formação e o apoio profissional, com a realização de feiras temáticas, colóquios e vários encontros empresariais», constata. Teixeira Diniz lançou ainda o desafio aos novos empresários que «têm uma nova noção de empreendedorismo, para que invistam na região, porque ainda há muitos recursos mal aproveitados», conclui o responsável.

Veiga Simão lança “Academia Regional”

Antes da tomada de posse, Veiga Simão falou sobre “Os desafios da Carta Magna: uma visão e uma estratégia para Portugal” e sublinhou que «é imprescindível privilegiar os apoios concedidos a projectos que contribuam para uma actividade empresarial regionalmente mais equilibrada». A sua experiência na vida política permite-lhe sugerir que se realizem «coisas novas, o que só é possível se os centros de decisão se associarem aos centros de saber, de conhecimento ou de competência». No final, recordou ainda os tempos de infância que passou na Guarda e partilhou o seu património de afectos. Onde lembrou a constituição do Núcleo Empresarial da Região da Guarda, em 2 de Junho de 1984, que deu origem à actual Associação Empresarial, a qual apoiou com «alegria», como Ministro da Indústria e Energia. Naquele tempo estava à frente da comissão executiva, Fernando de Oliveira, a que pertencia também Carvalho da Costa, Mariano Ribeiro, Madeira Grilo, Fausto Tavares, Tavares Luís e Virgílio Oliveira, que criaram «uma nova imagem económica e social da região», reconhece. Mas Veiga Simão alertou ainda para a necessidade de se «criar uma visão estratégica do futuro, associada ao desenvolvimento regional». O que só será possível com a participação activa e empenhada das comunidades regionais da sua população, das entidades empresariais, culturais e administrativas locais. Daí defender a criação de «”plataformas do conhecimento”», as quais devem integrar os municípios, as associações empresariais ou os centros de saber, como o Instituto Politécnico da Guarda, exemplifica. Foi quando lançou o repto para se criar uma «Academia Regional», onde se debatam os problemas e as soluções para as vicissitudes da região. «Devíamos agarrar este projecto, com esta ou outra denominação», sugere José Luís Almeida, reeleito presidente da Assembleia Geral do Nerga, que acrescentou ainda que «o esforço e a perseverança pelos compromissos [da Associação Empresarial] valeram a pena».

Patrícia Correia

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