Luís Costa poderá deixar o lugar de vereador da oposição na Câmara Municipal da Guarda, caso as reuniões do executivo continuem a realizar-se às quartas-feiras. Condicionalismos de ordem profissional impossibilitam o social-democrata de poder estar na cidade no dia da reunião camarária, pelo que a vereação do PSD – composta ainda por Ana Manso e Crespo de Carvalho – voltou a solicitar mais uma vez a Maria do Carmo Borges a transferência das sessões para as «tradicionais» segundas-feiras. Um dia que agradaria não apenas a Luís Costa, que se encontra a frequentar um mestrado fora da região, como também à deputada na Assembleia da República pelo círculo da Guarda, Ana Manso, que se debate desde o início por esta mudança.
«Espero que agora a birra do executivo termine», disse Ana Manso, também presidente da distrital do Partido Social Democrata, ansiando que as reuniões voltem à segunda-feira, «como sempre aconteceu na Guarda», lembra. Todavia, caso isso não aconteça, a vereadora garante que o projecto da sua lista «não ficará prejudicado», embora não entenda a insistência da maioria socialista em continuar com as reuniões à quarta-feira, o que obrigará Luís Costa a suspender o mandato até concluir o mestrado. «É incompatível que estejamos em todas as reuniões à quarta-feira», refere a deputada, realçando que esse é também o dia do plenário e das suas reuniões na AR. Ainda assim, Ana Manso diz que os vereadores da oposição querem participar de «forma positiva» e com «sentido crítico» quanto às «dificuldades que o executivo socialista tem para fazer face aos novos desafios». «Fizemo-lo durante dois anos, mas a presidente da Câmara não o entende assim e lamento que essa seja a sua atitude», adianta a vereadora, garantindo que não abdica do seu lugar.
A caminho da Câmara vai estar Teixeira Dinis, presidente do Nerga – Associação Empresarial da Guarda e o número quatro da lista do PSD nas últimas autárquicas. O engenheiro disse a “O Interior” que também espera que desta vez Maria do Carmo Borges «fique mais sensibilizada» relativamente ao pedido dos vereadores social-democratas quanto à alteração das reuniões para a segunda-feira, caso contrário «teremos que aceitar, embora não entendamos, e cumprir o nosso dever». Teixeira Dinis poderá, assim, ocupar o lugar deixado por Luís Costa enquanto este estiver profissionalmente condicionado. «Se a Câmara continuar a não ceder ao pedido dos dois vereadores, teremos que analisar e cumprirei a decisão do voto dos eleitores», garante o presidente do Nerga, que não vê qualquer incompatibilidade entre as duas funções. «São coisas distintas», afirma, sublinhando que continuará a defender os interesses quer dos empresários, quer dos eleitores. Algo que se faz «em todo o lado onde possamos ser ouvidos», salienta o social-democrata, lamentando, de resto, que o executivo continue a não entender as razões dos vereadores. Recorde-se que esta questão tem sido levantada desde o início do mandato por Ana Manso – que todas as quartas-feiras está dividida entre a cadeira da Assembleia da República e a da Câmara da Guarda, tendo optado mais nos últimos meses pelo Parlamento -, perante a intransigência de Maria do Carmo Borges, que já disse que não irá alterar o dia das reuniões.
Rita Lopes
