Uma grande diversidade de espectáculos e intervenientes é a aposta do Y#03 – Festival de Artes Performativas, organizado pela companhia de teatro covilhanense Quarta Parede, que decorre na Covilhã e Castelo Branco entre 22 de Setembro e 30 de Novembro. A ligação entre o teatro, a música e a dança será uma constante ao longo destas semanas de programação multidisciplinar, que conjuga espectáculos, formação, debates e mostras de vídeo-dança.
Uma das novidades é a aposta no teatro de rua, uma forma de «quebrar fronteiras» e criar uma «maior aproximação ao público», enfatiza Rui Sena, director artístico da Quarta Parede. O programa abre, dia 22, com Pedro Tochas e “O Palhaço Escultor”, um espectáculo ao ar livre nas traseiras do edifício da Câmara da Covilhã. A peça, que aposta no teatro físico e de rua, conquistou o prémio “The Biggest Fool 2003” no Festival Internacional de Teatro de Porsgrunn (Noruega). A seguir tocam os covilhanenses “Factor Activo” no Teatro Cine. No dia 29 sobe ao palco a peça “Um Número”, de Caryl Churchill, pelo grupo Assédio do Porto, que actua pela primeira vez na Covilhã. Já em Outubro, nos dias 1, 2 e 3, poderá assistir-se a três criações de teatro físico/dança do grupo inglês “Tik Tak Boom”: “Sad Since Tuesday”, “Narrow Rooms” e “Drop Suspended”, respectivamente. Há ainda lugar para a instalação/exposição de fotografia “Sanatório – Espaço sem fim”, do covilhanense Luís Afonso, na Casa dos Ministros.
Chegada a época das autárquicas, o Festival Y#03 ruma a Castelo Branco. No dia 4, “Talvez Camões”, pelo Chapitô, sobe ao palco do Cine Teatro Avenida, que também acolhe a 18 de Outubro o Cendrev de Évora com um espectáculo de marionetas “Auto da Criação do Mundo”.
Quarta Parede apresenta “Stacciatella”
De regresso à Covilhã nos dias 29 e 30 de Outubro e 5 e 6 de Novembro, Bruno Cintra orienta um “workshop” sobre “Teatro de Objectos”, «mostrando que com coisas pequenas também se fazem coisas grandes», refere Rui Sena. Ainda no dia 5 decorre no Cine Teatro albicastrense mais uma peça de teatro de marionetas “A Cor do Céu”, pelo Teatro Marionetas do Porto. Já no dia 7 impera a “prata da casa” com a subida ao palco covilhanense de “Stracciatella”, pela Quarta Parede. Rui Sena destaca o facto da companhia ter conseguido assegurar o “Y” até 2008 e depois destes anos «é muito bom podermos mostrar o nosso primeiro trabalho», garante. Uma hora depois é tempo de conversar com Nuno Nabais sobre “Teatro e Conceito no Panorama Contemporâneo”. No dia 8, destaque para o guardense Américo Rodrigues e para a francesa Yukiko Nakamura com o espectáculo de música e dança “Inominável”. Segue-se uma mostra de vídeo e dança. No dia seguinte, o “Y#03” estende-se às duas cidades, com “Stracciatella” e a mostra de vídeo-dança na Covilhã, enquanto a peça “Contos sem pontos com tontos”, dos Trimagisto de Évora, está na ESART (Escola Superior de Artes Aplicadas do Politécnico de Castelo Branco).
O festival continua dia 10 na “cidade neve” com Margarida Mestre e a peça “Trilogia do Corte”, seguindo-se mais uma mostra de vídeo-dança. No dia seguinte destaque para Filipa Francisco e a sua performance “Leitura das Listas”, enquanto que no dia 12 sobe ao palco Jorge Andrade com “Philatelie”, uma «história contada através de selos», adianta Rui Sena. A 16 de Novembro, o “Y#03” regressa ao Cine Teatro Avenida com a performance/instalação “Yerma”, de Frederico Garcia Lorca, pelos Karnart. Nos dias 19, 20, 26 e 30 realiza-se mais um “workshop” sobre “Maquilhagem e Caracterização”, orientado por Carla Magalhães. A aposta em ateliers de formação acontece desde o “Y#01” e, na opinião do director artístico da Quarta Parede, eles servem para «colmatar uma falha do que não é feito no interior». “Stracciatella” encerra o festival, que custa cerca de 70 mil euros, no palco da ESART.
Rita Lopes