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Teatro das Beiras fecha Festival de Teatro da Covilhã

Grupo da casa corre sábado o pano com “Snow, Snow, Snow”

A 22ª edição do Festival de Teatro da Covilhã está a chegar ao fim, mas até sábado ainda pode ver quatro peças e ouvir muita música. “Macbeth”, de Shakespeare, é o ponto de partida para Peter Cann e Steve Jonhstone criarem uma experiência teatral carregada de fortes emoções e de violentos confrontos na “Eira dos Cães”. O espectáculo, que sobe esta noite ao palco pelo Teatro Regional da Serra de Montemuro, conta a história de uma família conflituosa interpretada por Abel Duarte, Célia Fechas, Eduardo Correia e Paulo Duarte.

Encenados por Graeme Pulleyn, os actores vão desdobrar-se em contadores e personagens dessa história de homens que vivem nos seus limites, num mundo em que há fome, violência, injustiça e desigualdades. Com a “Eira dos Cães”, o Teatro Regional da Serra de Montemuro volta a presentear o público com textos originais e uma cenografia visual «que fazem suster a respiração com momentos comoventes». Na sexta-feira, é a vez do Teatro da Rainha subir à cena com “Max Gericke – nem uma coisa nem outra”, de Manfred Karger. Isabel Lopes vai “vestir a pele” de Ella Gericke, uma viúva que assume a identidade do marido para conseguir arranjar emprego, substituindo-o na firma “Prego e Filhos” como operador de gruas. Encenada por Fernando Mora Ramos, Isabel Lopes vai tentar passar ao espectador os sentimentos de uma mulher que enfrenta, após muitos anos de dupla personalidade para fugir à fome, a solidão e o vazio existente por não ser nem Ella nem Max Gericke. Com esta peça, o Teatro da Rainha vai também evocar um período doloroso da história da Alemanha do nazismo e dos campos de concentração.

O grupo das Caldas da Rainha apresenta ainda “Krapp”, de Samuel Beckett, um espectáculo que encerrará a Mostra de Teatro no Fundão. Com início previsto para as 21h30, no auditório da Escola Secundária do Fundão, esta produção retrata a fascinação de Krapp pelo magnetofone – última invenção na época (1935) -, que lhe permite um estranho diálogo com a sua voz gravada e o balanço anual da sua vida. Já “Snow, Snow, Snow”, do Teatro das Beiras, conclui sábado a 22ª edição do Festival da Covilhã. A peça, estreada em Fevereiro deste ano, resulta de uma criação colectiva entre o encenador Nuno Pino Custódio e os actores Alexandre Barata, Ana Filipa Trindade, Bina Ferreira, Rogério Bruno e Rui M. Silva. Tendo por base a improvisação e os princípios da Commedia dell’ Arte, “Snow, Snow, Snow” é um espectáculo que pretende acima de tudo o encontro entre os actores e o público. À semelhança do que aconteceu no último fim-de-semana, as noites de sexta e sábado serão animadas no Teatro das Beiras pelos grupos de música “Curtes Vail?” e “Arkadakafé”, respectivamente, a partir das 23 horas.

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