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Suzanne Vega canta Nova Iorque no TMG

Cantora e compositora norte-americana vem à Guarda apresentar “Beauty & Crime”, último disco de originais que arrecadou um Grammy

Depois de mais de 20 anos de carreira, Suzanne Vega ainda hoje se assume como “uma menina tímida”. Embaraços à parte, a songwriter norte-americana vai mostrar-se no grande auditório do Teatro Municipal da Guarda (TMG) na próxima quarta-feira, a partir das 21h30.

Suzanne Vega vem à Guarda apresentar “Beauty & Crime”, o seu sétimo e mais recente disco de originais, vencedor do Grammy, considerados os Óscares da música, para melhor produção não-clássica deste ano. Após seis anos de ausência dos estúdios, o regresso da cantora e compositora tem como pano de fundo a cidade de Nova Iorque e as suas histórias. “Beauty & Crime” discorre, quase sempre, sobre as pessoas que fazem ou fizeram parte da vida de Suzanne Vega. “Frank & Ava” é o single de apresentação do trabalho e conta com a voz de KT Tunstall nos coros. O disco mistura o som melódico da guitarra acústica com batidas sintetizadas e é feito de pequenas histórias do dia-a-dia. No fundo, é como que o desfiar de um conjunto de narrativas que, pela sua pequena escala humana, não cabem na grande História – a da Humanidade -, mas que, talvez por isso, nos são mais próximas, mais reais e, portanto, mais fáceis de compilar em memórias pessoais.

E não é difícil recordar o percurso de Suzanne Vega. Foi catapultada para a ribalta com “Luka”, em 1987. Só nesse ano, arrecadou três nomeações para os Grammy Awards, incluindo a de Disco do Ano. Recuemos ainda mais no tempo. Suzanne Vega nasceu em Los Angeles, mas cedo se mudou para Nova Iorque. A música de Bob Dylan serviu-lhe de inspiração durante a adolescência. Por esses dias, começou a tocar guitarra e a compôr. Até aos 18 anos, estudou dança contemporânea na “High School for the Performing Arts” de Nova Iorque. No entanto, foi um concerto de Lou Reed a que assistiu em 1979 que a fez querer arriscar uma carreira na música. Estávamos em 1983 quando Suzanne Vega, na altura uma simples recepcionista, conheceu o músico e produtor Steve Addabbo que, juntamente com Ron Fierstein, iniciavam as actividades de uma promotora discográfica. Apesar de ter assistido ao ambiente do “punk rock” nova iorquino e londrino que se vivia na altura, a sua carreira musical é inicialmente marcada pelo folk.

O primeiro disco é editado em 1985 e recebe o nome “Suzanne Vega”. O álbum, onde se incluía uma homenagem a Marlene Dietrich, cedo se tornou objecto da crítica. A originalidade das suas composições levou o disco ao número 11 no top britânico. Seria, no entanto, em 1987 que a carreira da songwriter teve o seu momento de glória, com o álbum “Solitude standing” (e o single “Luka”). No início da década de 90, surge o terceiro conjunto de originais, “Days of open hand”. Seguem-se “99.9 F” (1992) e “Nine objects of desire” (1996). Depois de uma longa pausa, Suzanne Vega regressa em 2001 com “Songs in red and gray”, produzido por Rupert Hine. O ano passado marca um novo regresso, desta feita com “Beauty & Crime”, produzido por Jimmy Hogarth (que trabalha, entre outros, com Corinne Bailey Rae, SIA ou James Blunt).

Rosa Ramos

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