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«Subir à SuperLiga é um objectivo a curto/médio prazo»

Cara a Cara – Entrevista

P – Como é que encara este novo desafio na sua carreira?

R – Encaro com muita confiança, sabendo que a Liga Vitalis é um campeonato bastante difícil em que as equipas terão que ser muito bem reforçadas com jogadores com muita experiência. É importante ter uma mescla de experiência e juventude para encarar o campeonato com tranquilidade e confiança.

P – Qual é o grande objectivo nesta época de regresso à Liga de Honra?

R – O objectivo do Covilhã neste momento é estabilizar-se na Liga Vitalis. Não quer dizer com isto que não vai existir ambição para pensarmos noutros voos, mas gosto de ter os pés bem assentes no chão. Gosto de pensar com a cabeça e não com os pés. Para fazermos um bom campeonato e estabilizar a equipa nesta Liga há que trabalhar-se muito e ter homens disponíveis para conseguirmos bons resultados.

P – É um treinador com uma vasta experiência na Liga de Honra. Daquilo que já conhece do Covilhã, acredita que o clube tem condições para fazer um bom campeonato?

R – Penso que, acima de tudo, tem uma estrutura forte em termos de direcção. Estão a gerir bem o clube, há condições de trabalho óptimas e a equipa da época que passou tem alguns jogadores interessantes. É evidente que há que fazer um esforço que terá que vir de todos, principalmente da direcção, de forma a conseguirmos, dentro de um orçamento rigoroso e bem definido, jogadores importantes para nos ajudarem a fazer um bom campeonato. Com a ajuda das forças vivas da cidade, e isso é fundamental, vamos tentar levar o interior à alta roda do futebol nacional. Se já conseguiu chegar às Ligas profissionais agora penso que temos que defender bem a nossa região porque merece ter o mesmo respeito que têm os grandes centros do futebol.

P – Depreende-se das suas palavras que tem bastante confiança neste projecto. Subir à SuperLiga é um objectivo a curto/médio prazo?

R – A curto/médio prazo penso que sim. O interior tem necessidade de ter uma equipa no alto escalão do futebol português e para isso é preciso toda a gente trabalhar muito. Não é só os jogadores, treinadores ou a direcção de um clube, mas sim todas as forças vivas da cidade, juntamente com os sócios e simpatizantes terem o prazer de puxar pelo clube para levarmos esta região a ter um clube na SuperLiga. Não digo já, como é evidente, mas preparar a equipa e temos que ver o que vai acontecer no campeonato. Trata-se de uma prova de regularidade e às vezes há equipas que aparecem e podem ter também a sua “estrelinha” e subir de divisão. Agora, não vamos dizer que vamos subir de divisão. Isso é impossível nesta altura, mas vamos, pelo menos, ter uma equipa competitiva, encarando todos os jogos como verdadeiras finais e tentar amealhar os pontos para garantir a manutenção o mais cedo possível e depois o que vier a mais será bem vindo.

P – Vão haver muitos reforços?

R – Às vezes nós só pedimos seis ou sete jogadores, mas às vezes podem vir mais porque só quando se começa a época é que vamos conhecendo melhor os jogadores que já estavam no clube e a partir daí pode haver reajustamentos porque há atletas que podem não se adaptar áquilo que o treinador pretende. Nós escolhemos jogadores dentro de uma filosofia de jogo e há alguns que podem não ter o estofo de aguentar a pressão de jogar numa Liga de Honra. Jogar com a pressão de ganhar é melhor do que a de perder. Sou um treinador que gosto de ganhar e os jogadores têm que se adaptar à minha filosofia de jogo. Os reforços têm que ser de grande peso, sempre de acordo com o orçamento muito rigoroso do clube que gosta de cumprir com os seus compromissos. Vamos tentar fazer aquisições de jogadores com valor não só dentro do campo, mas também fora dele.

P – Quais os sectores que pensa que têm que ser melhorados?

R – Todos eles. Desde os guarda-redes em que só temos dois e é preciso outro para dar mais competitividade. Uma equipa começa-se a construir pelo rés-do-chão e nós temos que ter uma defesa, um meio-campo e um ataque bons. Por isso há que ir buscar sete ou outo jogadores.

P – A maior parte dos reforços tem experiência na Liga de Honra?

R – Sim. Temos que ir buscar jogadores já com experiência da Liga de Honra e até alguns que já jogaram na SuperLiga. É importante ter jogadores experientes. Não interessa a idade porque muitas vezes jogadores de 34 ou 35 anos trabalham mais que jovens de 18 ou 19. Vamos escolher os reforços com calma porque sabemos que há muito jogador desempregado e vamos ter que escolher dentro do orçamento definido jogadores que queiram vir representar o Covilhã para terem sucesso.

P – Como é que um homem que esteve tantas épocas ligadas ao Benfica encara o facto de vir treinar um Sporting onde o verde é a cor predominante?

R – O verde é a cor da esperança e eu encaro isto naturalmente. Sou um profissional de futebol, estive muitos anos no Benfica mas já representei outras grandes instituições enquanto treinador como o Gil Vicente ou o Vitória de Guimarães, por exemplo. As cores a mim não me dizem nada. Gosto é de instituições que me dêem garantias e ter à minha volta pessoas que me possam ajudar porque sozinho não posso fazer nada. Tenho que ser 101 por cento profissional porque tenho que defender a instituição que me paga.

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