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Steve Hackett no Gouveia Art Rock

Único festival português dedicado à música progressiva acontece este fim-de-semana no Teatro-Cine da “cidade-jardim”

O ex-guitarrista dos Genesis Steve Hackett é o cabeça de cartaz da edição deste ano do Gouveia Art Rock, que decorre durante o fim-de-semana no Teatro-Cine da “cidade-jardim”. Como habitualmente, o evento, já considerado um dos mais importantes festivais de música progressiva do mundo, está praticamente esgotado.

O oitavo capítulo do Gouveia Art Rock inclui oito concertos de grupos vindos do Japão, Suécia, França, Canadá, Hungria e Inglaterra, cabendo aos Electric Asturias abrir o palco no sábado, pelas 15 horas. Ao contrário do que o nome pode sugerir, o grupo vem do Japão e tem trilhado caminhos tão distintos como o oldfieldiano (de Mike Oldfield), a fusão e o jazz-rock, além do progressivo neo-clássico, próximo do rock de câmara. Seguem-se os franceses Mörglbl, cuja música é uma mistura de improvisação jazzística com hardrock. O palco do Teatro-Cine acolhe edpois a vanguardista Mats & Morgan Band (Suécia), um projecto muito influenciado por Frank Zappa, pela escola de Canterbury e pelo movimento Rock-in-Opposition. A noite começa com o canadiano David Myers, que vai interpretar ao piano vários temas dos Genesis, de que é um grande conhecedor, tendo adaptado para este instrumento algumas das peças labirínticas do lendário grupo britânico fundado por Peter Gabriel, Steve Hackett e Phil Collins. O primeiro dia do único festival dedicado à música progressiva em Portugal termina com os húngaros After Crying, um septeto que funde a música tradicional do seu país com o moderno e vanguardismo de Zappa, King Crimson e Emerson, Lake and Palmer.

O Gouveia Art Rock prossegue no domingo com os exuberantes Tours Dehors (França), que se propõem reinventar “A Flauta Mágica”, uma obra-prima de Mozart. The Enid é a banda que se segue. Vindo de Inglaterra, este quinteto conta já mais de três décadas de carreira, mas continua fiel a um progressivo de síntese entre o sinfónico, o espacial e o neo-clássico, que desenvolveu na segunda metade dos anos 70, período áureo do grupo que um jornal inglês chegou a classificar como o resultado do encontro «entre os Pink Floyd e a Orquestra Filarmónica de Berlim». O festival termina em grande com o projecto acústico de Steve Hackett, que volta a Portugal 22 anos depois da sua última actuação. Além de fundador dos Genesis, é um dos mais importantes guitarristas da história do progressivo britânico e mundial e tem-se revelado um compositor de grande qualidade nas três décadas de carreira a solo. É uma das actuações mais aguardadas desta edição, na senda dos concertos dos Van der Graaf Generator, Robert Fripp ou Peter Hammill em edições anteriores. O Gouveia Art Rock é organizado pela autarquia local e a empresa municipal DLCG – Desporto, Lazer e Cultura de Gouveia.

O programa inclui ainda um recital de música erudita na Igreja de S. Pedro, por Csaba Vedres e Julia Gyermán (Hungria), ao final da tarde de domingo, mas também uma exposição, uma feira do disco e um debate dirigido por Thomas Olsson, musicólogo e professor na Universidade de Lund (Suécia).

Guitarrista fundador dos Genesis apresenta o seu projecto acústico

Steve Hackett no Gouveia Art Rock

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