Em setembro de 2005 era inaugurado o Parkurbis – Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã, no qual estavam já instaladas nove empresas. Com o objetivo de acolher o saber, a tecnologia e o conhecimento adquiridos na Universidade da Beira Interior (UBI), chegava à região a promessa de criar uma nova dinâmica empresarial. Carlos Pinto, na altura presidente da Câmara, queria instalar uma empresa por mês de forma a chegar a 2010 com um total de 60.
O crescimento foi mais lento do que o esperado mas o Parkurbis atinge hoje um patamar nunca antes conseguido, albergando um total de 37 empresas. O número de “startups” instaladas nesta incubadora de empresas cresceu nos últimos meses e consequentemente foram criados mais 25 novos postos de trabalho. A Hatko Sports Systems (inovação em produtos de relva sintética), Pegasi (tecnologias de rede wi-fi), Vanguardpromised (arquitetura, engenharia e reabilitação urbana), Blossom Essence (produção de óleos essenciais e hidrolatos retirados de plantas e consultoria na área de energia e eficiência energética), Elsker Consulting (conceção e construção de casas modulares), a Gigarte (tecnologias de informação e comunicação) e a Arko Services (do Grupo Arko Security), são os negócios mais recentes.
No Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã estão empresas de diversos ramos (tecnologias da informação e comunicação, energias renováveis, comunicações, novos materiais, domótica e engenharia e arquitetura), mas sempre direcionadas para a inovação e tecnologia. A administração do Parkurbis não quer ficar por aqui e a caminho podem estar mais cinco empresas. «Ainda estamos em fase de negociações, mas acredito que nos próximos dois meses poderemos ter mais cinco empresas criadas de raiz», adianta Jorge Patrão. O administrador não quer ainda adiantar nomes, mas acrescentou que serão empresários da região. Na sua opinião, «este crescimento no último ano mostra que há uma mudança de paradigma económico. Aqui há condições e as empresas também estão mais confiantes».
Atualmente têm sido mantidos contactos com clusters internacionais e Jorge Patrão não duvida que «o futuro de Portugal passa pela capacidade das empresas liderarem a nível tecnológico». É por isso que a internacionalização está já na mira das “startups” que laboram no Parkurbis, sendo que algumas já chegaram ao Gana, Guiné-Bissau, Espanha, Turquia, França, Bélgica e Luxemburgo. Para que Portugal se consiga afirmar, Jorge Patrão lembra a necessidade de continuar a formar técnicos informáticos, pois «existe muita procura por parte das empresas e pouca oferta». Numa visita ao Parkurbis, na passada semana, o secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, considerou o parque «um exemplo de como se pode estar na linha da frente tecnológica a partir do interior do país».
Ana Eugénia Inácio