O “mau estar” que se vivia há algum tempo entre o presidente da mesa da Assembleia Geral do Sporting da Covilhã e os restantes membros da direcção e Conselho Fiscal foi visível na semana passada durante uma assembleia extraordinária para analisar a compra da sede social. Carlos Casteleiro, presidente da Assembleia Geral, demitiu-se do cargo afirmando, através de uma carta, estar «farto de ouvir falar de milhões para o clube» que nunca compreendeu como viriam a ser empregues. Os restantes membros da mesa demitiram-se igualmente, levando à queda dos órgãos sociais do Covilhã. As eleições estão marcadas para Setembro, sendo que José Mendes deverá recandidatar-se ao cargo de presidente. Até lá, o clube vai ser gerido por uma comissão de gestão assegurada pela direcção.
Os motivos que levaram Carlos Casteleiro à demissão deverão estar ligados ao processo de aquisição do edifício onde se encontra a sede da colectividade. Recorde-se que já na reunião magna de Julho passado, o dirigente foi profundamente criticado por José Mendes, presidente do Sporting, e António Lopes, presidente do Conselho Fiscal, por ter insinuado, no jantar do 82º aniversário do SCC, que haveria pessoas a «querer sobrepor interesses pessoais» aos interesses do clube. As suspeitas de Carlos Casteleiro teriam por base o negócio discutido entre os dirigentes e o empresário António Lopes para a compra do imóvel. Um negócio pelo qual este se comprometia a pagar 750 mil euros pelo edifício, quando custa cerca de 625 mil euros. Em contrapartida, prometia colocar o dinheiro que sobrava à disposição do clube para a construção de uma nova sede, mais funcional, junto ao Complexo Desportivo. Mas face à polémica, António Lopes mudou de opinião e prontificou-se a doar apenas 10 por cento do valor da compra da sede, enquanto Carlos Casteleiro continua a defender que a compra apenas será possível «com a ajuda da Câmara da Covilhã».
