Na deslocação a Estarreja, no último domingo, em jogo a contar para a segunda jornada do Nacional da IIIª Divisão – Série C, o Souropires não conseguiu melhor que um empate a uma bola, numa partida em que têm bastantes razões de queixa da equipa de arbitragem. Os homens de Manuel Barbosa até entraram melhor que o adversário e cedo deram a perceber que não queriam deixar os seus créditos por mãos alheias.
O Souropires dominou toda a primeira parte, graças a um futebol muito apoiado e jogadas de ataque bem organizadas que foram lançando o pânico no sector mais recuado do Estarreja. Já os locais utilizaram um futebol rectilíneo com lançamentos constantes para as costas da defesa souropirense, mas sem nunca criarem perigo para a baliza de Valezim. A formação do distrito de Aveiro denotou falta de organização, sendo que o meio-campo foi presa fácil para os médios do Souropires, que não permitiram aos adversários saírem para o ataque em jogadas organizadas. O tempo foi passando e o sentido do jogo só dava Souropires, que marcou aos 37 por Camilo, que só teve que encostar a cabeça para fazer o primeiro golo da partida na sequência de um livre marcado no lado direito. Contudo, o período complementar da partida foi totalmente diferente da primeira parte, não só no futebol praticado, como também na arbitragem protagonizada por Sérgio Soares e pelo seu assistente do lado da bancada. Como era de esperar e lhe competia, o Estarreja entrou mais pressionante em busca de, pelo menos, igualar o marcador, mas raramente criou perigo. Em contrapartida, o Souropires dispôs de várias oportunidades para aumentar o resultado.
No entanto, foram os locais que, numa incursão pela esquerda da defensiva visitante, conseguiram o golo do empate após uma primeira boa intervenção de Valezim. Um golo ilegal, já que no momento do passe havia dois jogadores do Estarreja em clara situação de fora-de-jogo. Mas só o auxiliar do lado da bancada não viu ou não quis ver tal adiantamento. O pior veio depois, já que o Souropires ficou reduzido a 10 elementos por acumulação de amarelos mal mostrados a Oliveira. Mesmo assim, foram os visitantes quem teve oportunidade de marcar, não fosse a infantilidade de Milford que, sozinho frente ao guarda-redes adversário, enviou-lhe a bola para as mãos. Aos 93 foi a vez do Estarreja ficar reduzido a 10 jogadores, por acumulação de amarelos a Hugo que travou Rogério à margem das leis mesmo à entrada da área. Na sequência da marcação do respectivo livre ficou por assinalar uma grande penalidade a favor do Souropires, uma vez que a bola foi cortada com a mão dentro da área por um jogador do Estarreja. Aqui quem fez vista grossa foi o árbitro principal.
Em suma, o Souropires não mereceu sair derrotado de Estarreja e pode muito bem queixar-se da dualidade de critérios da equipa de arbitragem, tanto no aspecto técnico como no disciplinar. É que mostrou, principalmente na segunda metade, nada mais, nada menos que 13 cartões amarelos e dois vermelhos, dos quais nove amarelos e um vermelho foram exibidos aos homens de Manuel Barbosa. Um mau trabalho de Sérgio Soares e seus acompanhantes que prejudicou o Souropires.
Fernando Araújo/ Rádio Elmo