O Souropires perdeu na deslocação a São João de Ver por três bolas a zero e, apesar de ter mantido a quarta posição, viu aumentar para quatro pontos a diferença para o segundo lugar, que dá acesso à subida. Já se esperava que esta deslocação iria ser difícil, mas o que não se sabia, nem ninguém previa, era que de Braga saísse na rifa ao Souropires um “folar” tão amargo.
Devido à onda de lesões que, ultimamente, tem afectado a equipa, Manuel Barbosa teve que mexer no xadrez para colmatar as ausências de David, Cédric, Koffy, Beto e Faneca. Mas não foi por aqui que o Souropires perdeu. De facto, a equipa do concelho de Pinhel entrou em campo com vontade de ganhar e, logo aos 12’, Pedro Miguel, na cobrança de um livre, enviou a bola à barra da baliza de Carvalho. No ressalto, os avançados do Souropires ainda tiveram oportunidade para inaugurar o marcador, mas assim não aconteceu. Quem marcou foi o São João de Ver, aos 32 . Jogada pela esquerda, com Nogueira a rematar cruzado próximo da área levando o esférico a entrar junto ao ângulo superior esquerdo da baliza de Valezim, que nada pôde fazer. Mas o pior estava para vir, pois jogava-se com alguma virilidade e, dois minutos depois, Oliveira atingiu um adversário por trás. Gerou-se alguma confusão, houve uma troca de mimos entre jogadores e o “folar” Gaspar Fernandes, vindo de Braga, decidiu exibir a cartolina vermelha a Oliveira e a amarela a Nogueira.
Esteve mal o árbitro, já que, apesar de não discutirmos a amostragem do vermelho ao atleta do Souropires, teve dualidade de critérios, uma vez que Nogueira também deveria ter levado vermelho por ter agredido Oliveira. Contudo, mesmo reduzidos a 10 elementos, os visitantes nunca baixaram os braços, só que a sorte não esteve do seu lado. Mesmo no final do primeiro tempo, o Souropires sofreu o segundo golo num rápido contra-ataque dos locais. Na segunda metade, a equipa do concelho de Pinhel tentou e conseguiu dar réplica ao adversário, contudo, em mais um golpe de teatro, o árbitro deitou por terra todas as esperanças de anular a desvantagem. Aos 61 , numa jogada já perto da baliza de Valezim, um atacante da casa baixou a cabeça e fingiu que Rogério o tinha atingido. Mesmo em cima da jogada, Gaspar Fernandes resolveu brindar o defesa com o segundo amarelo, e consequente vermelho, transformando um livre a favor do Souropires num penalti para os locais, que Marco Rocha concretizou.
Estava escrito o filme do jogo e também consumada a segunda derrota dos visitantes na segunda volta do Nacional da IIIª Divisão. A partir daqui, com nove elementos em campo e a jogar contra 14, a equipa do concelho de Pinhel pouco mais pôde fazer do que evitar males maiores. Quanto ao árbitro, já foi quase tudo dito. Não mostrou categoria, teve dualidade de critérios e deixou mesmo transparecer a qualidade da encomenda realizada. Para o final fica também um agradecimento ao nosso colega da rádio Águia Azul, que nos facultou a constituição da equipa da casa, ao contrário dos dirigentes do São João de Ver, que, numa atitude arrogante, puseram alguns entraves à comitiva do Souropires e tentaram impedir a realização do nosso trabalho de todas as formas.
Fernando Araújo/ Rádio Elmo