O Souropires venceu em Celorico da Beira e permanece na liderança do Distrital, à frente de Gouveia e Figueirense, que também somaram três pontos. Contudo, este triunfo não foi nada fácil para a equipa de Paulo Batista que viu os seus pupilos falharem uma grande penalidade e atirar a bola aos ferros por duas vezes, entre outras oportunidades flagrantes desperdiçadas.
O Souropires entrou a mandar no jogo em busca do golo, tal como lhe competia, sob pena de perder o comando da tabela. A primeira ocasião surgiu logo aos 5’, com o lateral David a ter uma boa incursão pelo flanco esquerdo e a rematar rente ao poste de Paulo Jorge. Três minutos depois, Galhardo cruzou, mas Artur cabeceou ao lado. Até que aos 14’, totalmente contra a corrente do jogo, o Celorico colocou-se em vantagem no marcador, na sequência de um rápido contra-ataque. Machado recebeu a bola junto à linha divisória de meio-campo, fez de pronto um lançamento cruzado para a entrada da área adversária que Gouveia, mais lesto que os defesas, aproveitou para bater Melo. Apesar deste “balde de água fria”, o Souropires continuou a dominar a partida e beneficiou de uma grande penalidade à passagem do minuto 25, já que João Adónis entendeu que Teles jogou a bola com a mão dentro da área, após passe de Camilo. Contudo, chamado a converter, Tiago rematou de forma muito denunciada e permitiu a defesa a Paulo Jorge. Depois foi a vez de Camilo ficar ligado ao jogo ao marcar três livres directos à entrada da área no espaço de cinco minutos, mas se atirou ao lado no primeiro, nos dois seguintes acertou na barra. O líder da prova pareceu então acusar o golo sofrido e as oportunidades perdidas.
Durante o intervalo, Paulo Batista terá falado com os jogadores e as suas ordens parecem ter surtido efeito, pois, logo no segundo minuto do reatamento, o Souropires alcançou a igualdade por intermédio de Camilo, que surgiu liberto ao segundo poste depois de uma jogada de insistência. Ficam algumas dúvidas se a posição do médio seria ou não regular na altura do derradeiro toque. Aos 52’, na segunda vez que criou perigo, o Celorico voltou a estar perto do golo, com Zé Pedro a permitir a defesa a Melo. À passagem da hora de jogo, Tó Luís, em zona frontal dentro da área, optou por fazer mais um drible quando teria boas hipóteses de marcar se tivesse rematado. Dois minutos depois, o Souropires viu um golo anulado por pretenso fora de jogo de um avançado após livre de Tiago. O momento do jogo aconteceu aos 70’, quando Fernando Koffy, entrado aos 58’, atirou uma “bomba” ainda de muito longe da baliza que só parou no fundo das redes. O Celorico tentou reagir e ainda conseguiu pressionar, obrigando o líder a defender nos minutos finais. Contudo, a melhor oportunidade para marcar durante este período pertenceu ao Souropires por Zé Tó, aos 78’, que falhou incrivelmente o 3-1 depois de se antecipar ao guarda-redes contrário. O trio de arbitragem, comandado por João Adónis, realizou um trabalho razoável, merecendo o benefício da dúvida no lance do penálti.
No final do encontro, José Arrifano afirmou que o Souropires foi «a equipa que marcou mais golos», daí que a vitória seja «justa», mas «ninguém ficaria escandalizado se o resultado fosse outro». Já Paulo Batista mostrou-se satisfeito com o triunfo, mas consciente das dificuldades: «Depois de falharmos o penálti e mandarmos duas bolas à trave, a intranquilidade apoderou-se dos meus jogadores. Mas na segunda parte fomos mais consistentes e fortes e só não fizemos o 3-1, mais uma vez por falha do nosso avançado», considerou, adiantando faltarem «duas finais» para que a conquista do título possa ser uma realidade.
Ricardo Cordeiro