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Sons da Lapónia na Guarda

Mari Boine canta no grande auditório do Teatro Municipal

Uma das vozes mais conceituadas da “world music” actua amanhã à noite na Guarda. Mari Boine está no grande auditório do TMG para um dos seus dois concertos em Portugal – o outro é no sábado, na Culturgest, em Lisboa.

Considerada o ícone do canto joik e da cultura da Lapónia, Mari Boine lutou com a sua música pela preservação das tradições do seu povo – os Sami, que vivem no Norte da Escandinávia – e pelo reconhecimento dos seus direitos por parte do governo norueguês. A partir do canto joik, a intérprete constrói uma sonoridade riquíssima do ponto de vista rítmico e harmónico. Ela é povoada por pop, folk, rock, jazz e electrónica, mas continua profundamente ligada aos elementos da sua raiz musical. Com álbuns extremamente bem gravados e nas listas dos melhores discos de “world music”, nunca perdendo o espírito e o sentimento Sami, a artista norueguesa acrescenta ainda alguma electrónica à sua música, tornando-a absolutamente universal.

Mari Boine tem mais de 20 anos de carreira, durante os quais editou álbuns como “Gula Gula” (1989, primeira edição internacional pela Real World Records de Peter Gabriel), “Eagle Brother” (1993), “Lehakastin” (1994), “Eight Seasons” (2001) e o mais recente, “Idjagiedas” (“In the hand of the night”) (2006). Ao longo destes anos tem colaborado com um leque variado de artistas internacionais como Peter Gabriel, com quem gravou “One World – One Voice” (1990). O concerto de amanhã é baseado no seu último álbum “Idjagiedas” (“Na mão da noite”), editado em Agosto de 2006, tendo sido considerado por alguns críticos especializados o seu melhor disco. «Dou por mim com um pé no mundo antigo e outro no moderno. É esse o desafio para todos nós: temos de deixar o antigo para sermos modernos? Eu acho que podemos criar as melhores coisas quando usamos a sabedoria de um para o levar a um ponto de encontro com o outro», refere a cantora a propósito da sua música.

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