Resta-nos agora despertar para a realidade. Muitas pessoas, e felizmente para elas, desconhecem que diariamente vão doentes a Coimbra para receberem delicados e continuados tratamentos, indo em transportes públicos, como táxis, comboio ou, quando possível, no seu próprio transporte.
Normalmente critica-se qualquer serviço público, principalmente o de saúde, por não ser tão prestável como desejamos. Mas devemos ser justos: neste Serviço Nacional de Saúde têm contribuído, além dos tratamentos, com as despesas de transporte, o que já não é mau. Mas é no transporte que interessa melhorar consideravelmente, vejamos:
Os doentes têm que se preparar diariamente para ir de madrugada, muitas vezes frias e geladas, (…), mal alimentados, deixando para trás assuntos apressadamente tratados, além de levar consigo a doença, a ansiedade dos tempos de espera, todos estes pontos e mais alguns, vão piorar ainda mais a sua saúde.
Tudo isto seria atenuado se houvesse de todos nós uma pequenina ajuda com uma grande vontade.
Por exemplo: preparar um veículo apropriado para estes doentes, com horário de partida meios humanos, de acordo com os serviços de Coimbra. Que esse serviço fosse acompanhado com enfermagem para melhor descanso do doente. Devia-se também aproveitar esse veículo para transporte, se necessário, para doentes apenas para exames.
Se aqui houvesse vontade bairrista e para que outras cidades não dissessem que pertencíamos ao interior pobre do país, devíamos reunir força suficiente para adquirir o equipamento necessário e preparar pessoal técnico para tal. Não é só a cidade que necessita, mas todo o distrito. Nada de estarmos à espera da prometida remodelação do nosso hospital, basta apenas criar espaços provisórios para os equipamentos funcionarem.
António do Nascimento, Guarda