Diariamente temos assistido a situações verdadeiramente constrangedoras, eu diria mesmo vergonhosas, de pessoas que nos representam nos mais variados temas da actualidade, através da comunicação social. Situações feias no desporto, em que se deseja a morte a jogadores e rasgam camisolas num misto de inveja e ódio, dão-se pontapés em público e nada de revelar arrependimentos perante os espectadores (para aqueles, arrependimento deve ser sinal de fraqueza e medo!). Na política, temos assistido a lapsos inacreditáveis de memória de alguns ministros, em relação aos seus impostos. Até os erros de computador (não houve nenhuma pessoa a assumi-los) têm os seus efeitos nos concursos de professores, mas ninguém se demitiu por lesar milhares de pessoas e, pior ainda, ninguém corrigiu os erros de colocação, nem sequer se dignou dar explicações aos lesados. Não! Isso era abrir precedentes!
Pois eu considero que, às vezes, é preciso ter a humildade necessária para admitir a nossa ignorância, sempre que reconhecemos os nossos erros. Mostrar arrependimento pode não ser um sinal de fraqueza, mas de auto-consciência e elevado grau de exigência consigo mesmo. Senão, pensem quantos não conhecemos que sabendo-se culpados se defendem numa posição de ataque, magoando os que os rodeiam e, por vezes, incriminando quem não tem qualquer espécie de culpa. Posto isto, parece-me pertinente perguntar que educação tiverem estas pessoas que têm tingido, de negro, tantas páginas de jornais? Que professores os influenciaram? Que valores foram transmitidos durante os seus anos de escola? Que exemplos receberam dos que os educaram, quer na escola, quer na família? E agora, que exemplos são dados às novas gerações? Como se sentem os professores na escola perante estes quadros de intolerância, desrespeito e desamor pelo outro (para não dizer próximo)? Como chamar a atenção dos alunos para o seu bom comportamento numa aula de Educação Física? Que temas debater nas aulas de Formação Cívica? Que respeito, que tolerância?
É preciso tomar atitudes coerentes e democráticas. Atitudes que não nos envergonhem a nós mesmos, aos nossos filhos, nem aos nossos alunos. Somos professores temos que saber agir perante as situações, mesmo as piores. É preciso sobreviver e ter esperança num futuro melhor!
Helena Seabra, Guarda