A “Arte de Mãos Dadas” foi inaugurada no sábado, no Paço da Cultura da Guarda, uma exposição onde a arte e solidariedade estão associadas com um só objectivo. Até ao final do mês, a ASTA Associação Terapêutica de Almeida, promove uma mostra/venda de pintura e escultura que se destina à angariação de fundos para a conclusão do seu novo centro, actualmente em curso na Cabreira, pequena localidade daquele concelho raiano. Entretanto já foi anunciada outra «grande ajuda financeira», que se relaciona com o desbloqueamento da verba do PIDDAC. «Uma grande surpresa», confessa Maria José Dinis da Fonseca, presidente e fundadora da ASTA, acrescentando que estes são «tempos áureos para a associação». Uma vez que receberam «a grande notícia» que os cerca de 260 mil euros do PIDDAC tinham sido desbloqueados, como sublinha Maria José da Fonseca. Apesar de ainda não ter nenhuma informação oficial, até porque «esperava receber por outras vias e não pela comunicação social», a presidente diz que «o importante é que seja verdade». Por isso agora com esta exposição pretende angariar verba suficiente «para pelo menos metade do equipamento, ou seja, à volta de 50 mil euros», comenta a fundadora da ASTA. Logo nos primeiros minutos após a inauguração foram «vendidas subitamente dez obras», realça Maria José da Fonseca, «o que é extremamente significativo». Agora esta Instituição Particular de Solidariedade Social para apoio, integração e educação de jovens com deficiência mental, «precisa é de seguir em frente», diz a presidente. E isso só é possível através de iniciativas como esta, ou outras que têm sido realizadas, nomeadamente como a corrente campanha dos 5.000 azulejos que estão à venda em Pinhel, Almeida, Vilar Formoso e na Guarda. A “Arte de Mãos Dadas” reúne um vasto conjunto de obras de 60 artistas plásticos, que ofereceram os trabalhos expostos. Artur Bual, Evelina Coelho, Hélio Cunha, Luís Athouguia, Maria Lino, Nadir Afonso e Roberto Chichorro são, entre outros, alguns dos beneméritos que responderam ao apelo da ASTA.
Por agora a presidente já só pensa no dia 2 de Outubro, data prevista para inauguração das novas instalações onde terão mais espaços, nomeadamente, culturais e artísticos «susceptíveis de receberem pessoas das aldeias que não tem muito acesso à cultura», conta a fundadora. Por outro lado, acredita que o ano europeu das pessoas com deficiência «é todos os dias», principalmente, «desde que a ASTA existe», destaca Maria José da Fonseca. E estas ajudas financeiras permitem continuar o trabalho terapêutico desenvolvido com «os grupos sociais esquecidos pela comunidade», sublinha. De resto a inauguração contou ainda com um momento musical a cargo dos alunos do Conservatório de Música de São José.
Patrícia Correia