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Sofia Tainha

FALAR CLARO

Arquiteta Paisagista e Mestre em Planeamento e Construção Sustentável, tendo elaborado o projeto dos espaços exteriores da ESAA e acompanhado a obra como projetista

Qual a ideia que preside à intervenção nos espaços exteriores da Escola?

Em primeiro lugar tivemos em consideração a faixa etária dos alunos, as apetências específicas da idade e as suas necessidades. Procurámos criar um espaço onde o aluno fosse o ator principal, se identificasse na área exterior em detrimento da solução de referência.

No espaço antigo privilegiava-se o automóvel e as necessidades de acesso dos professores. Na solução proposta procurou-se criar áreas de estadia informais onde as floreiras e muretes são também bancos e bancadas em betão aparente. Esta solução robusta permite a utilização do espaço pelos tempos, não sendo comprometida por ações de vandalismo ou má utilização. Procurou-se implementar soluções versáteis e descomprometidas possibilitando a ocorrência de atividades e acontecimentos variados nos pátios interiores ou na grande praça de chegada à Escola respondendo também a necessidades letivas diferentes ao longo dos anos.

A entrada vai ficar com um acesso amplo e funcional?

A entrada principal proposta tem em projeto uma ampla largura e abre no final da escadaria para uma “Praça aberta” que permitirá a realização de eventos da escola. Esta entrada responde à escala do edificado com uma área pavimentada ao centro e envolta em vegetação nas suas laterais.

Qual o equilíbrio encontrado entre arborização e espaços de circulação? E entre arborização e visibilidade do edifício?

As respostas estão a ser elaboradas tendo em mente a proposta do projeto de execução, sendo que foram efetuadas em obra alterações ao projeto que comprometem algumas das funcionalidades previstas. Assim, em projeto as áreas pavimentadas foram implementadas tendo em conta o material vegetal existente, procurando salvaguardá-lo, sempre que possível. Procurou-se ainda criar o máximo possível de áreas verdes, garantindo os acessos pedonais e acessos viários de emergência. Nas áreas de pátios – as zonas de maior utilização pelos alunos – impermeabilizou-se um pouco mais o espaço tendo em vista a carga que estes espaços terão. Procurou-se, no entanto, que estes espaços tivessem um coberto arbóreo elevado.

Que espécies estão a ser introduzidas? E qual foi o critério para essa escolha?

As espécies introduzidas são da flora local, adaptadas às condições locais e com baixas necessidades de manutenção, caducas ou perenifólias conforme a orientação do espaço onde se encontram. O critério utilizado para a escolha foi a necessidade de manutenção destas e o critério de disposição foi a orientação e localização relativa aos espaços exteriores e fachadas.

Que mobiliário urbano vai ser introduzido nestes espaços exteriores?

Vão ser implantados bancos e bancadas corridas em betão, mesas em betão, conjuntos de mesas e bancos, mesas de Ping-Pong, bebedouros e parques de bicicletas.

De que forma foi tida em conta a necessidade da manutenção destes espaços e os custos e obrigações a eles ligados?

Todas as espécies vegetais foram selecionadas e dispostas em função da sua necessidade de manutenção. O revestimento do solo será feito com casca de pinheiro sobre uma tela geotêxtil e grande parte do solo será revestido com herbáceas de revestimento que, ao competir com o aparecimento de infestantes, controlam também a necessidade de manutenção. Se nos primeiros dois anos da instalação do material vegetal, a manutenção for bem executada, o espaço será rececionado pela escola sem grandes encargos na manutenção dos espaços verdes. A robustez das soluções construídas também assegura a baixa necessidade de manutenção.

Como vai ficar enquadrado o estacionamento nas traseiras? Quantos lugares vai haver para estacionamento?

O estacionamento nas traseiras ficará enquadrado pelo material vegetal proposto para toda a envolvente. Estão previstos 44 lugares de estacionamento.

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