O Ministério Público considera que se mantêm inalteráveis os pressupostos que determinaram a prisão preventiva do ex-primeiro-ministro, José Sócrates, pelo que continuará preso durante, pelo menos, mais três meses. O juiz de instrução criminal concorda e já terá notificado Sócrates.
Segundo o “Correio da Manhã” desta terça-feira, o procurador Rosário Teixeira, que tutela o chamado “caso Marquês”, dirigiu-se ao departamento do Ministério Público onde Sócrates estava a ser ouvido esta segunda-feira, no âmbito de um outro processo, para lhe comunicar a sua decisão.
Ainda segundo o matutino, a notificação assinada pelo juiz de instrução criminal Carlos Alexandre terá sido enviada por fax, ao final da tarde, para o Estabelecimento Prisional de Évora, onde o antigo chefe do Governo está detido.
O magistrado considerou em novembro que se José Sócrates não fosse detido preventivamente poderia perturbar a investigação. Considerou ainda que haveria perigo de fuga e de continuação da atividade criminosa.
Sócrates regressou ontem ao Campus da Justiça, em Lisboa, para ser ouvido no âmbito de dois processos de violação do segredo de justiça. No primeiro, foi alvo de uma queixa de Mário Machado, o ex-lider dos hammerskins, que cumpre uma pena de dez anos de prisão por extorsão e outros crimes. No segundo, é igualmente testemunha num processo aberto pelo Ministério Público.
José Sócrates foi detido a 21 de novembro, no aeroporto de Lisboa, depois de uma viagem desde Paris, e está em prisão preventiva, na cadeia de Évora, desde a madrugada de 25 de novembro de 2014. O ex-chefe do Governo socialista está indiciado de branqueamento de capitais, fraude fiscal qualificada e corrupção.