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Sócios do Sporting da Covilhã aprovam compra da sede

Mesmo sem garantias de apoios, mais de 100 associados votaram por unanimidade a aquisição do edifício até 2008

Os sócios do Sporting Clube da Covilhã (SCC) aprovaram por unanimidade, na última sexta-feira em Assembleia Geral, a compra da sede do clube depois de terem sido confrontados com a possibilidade de ficarem sem a mítica “casa leonina”.

Com duas acções de despejo a decorrer no Tribunal da Covilhã, a primeira por jogo ilícito e uma outra devido a outros fundamentos, «não há outra alternativa», frisou o presidente da Assembleia Geral, Carlos Casteleiro. «Ou compramos a casa ou vamos para rua», avisou. E mesmo sem garantias de que a direcção vá conseguir arranjar os 675 mil euros necessários para a compra do edifício, os sócios decidiram dar “luz verde” para a ratificação do acordo já celebrado no Tribunal da Covilhã com o proprietário do imóvel para o clube continuar no espaço até Dezembro de 2008. «Com este contrato-promessa, os autores desistem da acção de despejo e o clube tem a possibilidade de comprar a sede até 31 de Dezembro de 2008», explicou, por sua vez, o advogado do clube, Rogério Costa Pereira. No entanto, o Sporting terá que assumir os compromissos financeiros dessa aquisição já em Outubro próximo com 500 mil euros. Em Março de 2006, terão que ser pagos mais 25 mil euros até à última prestação, em Dezembro, que já será de 50 mil euros.

«Esta é a única solução», defendeu o advogado, lembrando aos sócios que em caso contrário o clube teria ainda que pagar uma indemnização superior a 200 mil euros ao proprietário do restaurante que ocupa parte do edifício. «Isto é uma prova cabal de que os sócios têm confiança nesta direcção e esperança no clube», salientou o presidente do Sporting da Covilhã, José Mendes, convicto de que o autarca local irá «ajudar a resolver este problema». Uma posição também defendida pelo presidente da Assembleia Geral: «Ao longo destes últimos anos, a Câmara sempre nos apoiou e não temos qualquer dúvida que dentro das suas possibilidades tudo vai fazer para ajudar o SCC, que é um símbolo desta cidade», sublinhou Carlos Casteleiro. Embora defendendo a compra da sede, Joaquim Matias, sócio e também vereador do desporto na Câmara da Covilhã, fez questão de desmarcar-se do cargo nesta sessão: «O clube não pode discutir a compra da sede em função deste ou daquele apoio», lembrou. Em cima da mesa ficou ainda a possibilidade do clube conseguir a compra do imóvel através de terceiros, cedendo partes do edifício.

De resto, e apesar de terem conseguido reduzir uma parte dos 890 mil euros de dívida, o clube continua «na penúria». «Os bancos não nos fiam um tostão, os pagamentos aos atletas têm saído do meu bolso e de pessoas amigas do SCC. Mas as dívidas estão controladas e creio que a situação irá mudar», revelou José Mendes, dizendo-se esperançado que Nuno Coelho consiga ser ingressar na equipa principal do Futebol Clube do Porto. «Se chegar à equipa A, a transferência de Nuno Coelho poderá render ao SCC 180 mil euros», adianta. Entretanto, o Covilhã prepara-se para enviar outro atleta, Nuno Abreu, para prestar provas no FCP.

Liliana Correia

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