Os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) da Guarda apresentavam o segundo pior endividamento líquido no final do exercício de 2013 e também os segundos piores resultados económicos negativos do setor, de acordo com o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses.
No ano passado, o endividamento líquido dos SMAS era superior a 7,5 milhões de euros, fruto de uma redução de 2,7 milhões relativamente ao exercício de 2012. Pior só mesmo o desempenho desta empresa do setor empresarial local, que no ano passado teve um resultado económico negativo de cerca de 1,4 milhões de euros, quando tinha sido de 143.588 euros, também negativos, em 2012. Entre os vários dados apurados pela OTOC para esta parte do Anuário verifica-se que a ADC – Águas da Covilhã tem o melhor resultado económico entre as empresas municipais da região, com 797.891 euros, seguida da ICOVI – Infraestruturas e Concessões da Covilhã (524.977 euros) e da Foz Coainvest – Energia Turismo e Serviços (125.984). Já os piores pertencem à Trancoso Eventos (-426.930 euros) e à DLCG – Desporto Lazer e Cultura de Gouveia (-268.334 euros).
Já a Gaventur Gouveia Aventura e Turismo, SA (município detém 63 por cento do capital), a ADL Águas de Longroiva – Exploração e Gestão de Águas Termais (100 por cento), a Almeida Municípia – Reabilit. Urbana, Desenv. Econ. e Gest Equip. (100 por cento), Sabugal+ – Gestão de Espaços Culturais, Desportivos, Turísticos e de Lazer (100 por cento) e a ICOVI (100 por cento) eram entidades do setor empresarial local sem endividamento líquido em 2013. No fundo da tabela, a ADC – Aguas da Covilhã, com mais de 11,2 milhões de euros (-9,56 por cento relativamente a 2012) tinha o maior endividamento líquido do setor. Por sua vez, a Viverfundão – Promoção e Gestão das Condições Estruturais e Infraestrut. reduziu em 18.202,81 por cento o seu endividamento líquido, que era de cerca de 4,7 milhões de euros no final do ano passado.
O Anuário revela ainda que Gaventur (0 por cento), a Guarda Cidade Desporto (25,7 por cento), a Viverfundão (26,1 por cento) e a Culturguarda (32,0 por cento) tinham vendas e prestações de serviços realizados nos últimos três anos que não cobrem, pelo menos, 50 por cento dos gastos totais dos respetivos exercícios. As duas empresas municipais da Guarda surgem novamente em destaque por terem tido subsídios à exploração superiores a 50 por cento das suas receitas nos últimos três anos. No caso da Culturguarda foram 79,6 por cento; 76,3 e 60,1, respetivamente, e na Guarda Cidade Desporto de 52,4 por cento; 53,6 e 56,7. De resto, esta última registou resultados líquidos negativos neste período, tendo sido de -577 euros em 2013. Estes são dois casos, entre muitos, cujo desfecho é a extinção das empresas municipais com piores desempenhos.
O Anuário analisou a situação de 225 entidades empresariais locais, das quais 136 são empresas municipais, 38 entidades empresariais locais, 19 sociedades anónimas, 10 sociedades unipessoais por quotas e 21 entidades intermunicipais.