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«Sinto a crise através dos clientes que cada vez mais têm dificuldade em pagar»

Entrevista a Fernanda Duarte, sócia-gerente da Pires & Duarte, Lda

Como teve inicio a actual empresa Pires & Duarte?

A empresa Pires & Duarte Lda., foi constituída em 2003, tendo sido precedida pela empresa em nome individual com o meu nome, Maria Fernanda Rabaço Duarte, (Antiga oficina de mecânica automóvel) em Trancoso.

Com grande esforço nosso, adquirimos um terreno junto à estrada de Fiães, onde construímos de raiz as novas instalações.

Estas actuais instalações tornaram possível aumentar os serviços alargando-os para actividades como compra e venda de peças usadas.

Iniciámos assim uma actividade que, com as novas exigências de legislação de 2006 referente às antigas sucatas, veio dar corpo ao actual centro de abate, visto que, ou nos licenciávamos ou deixaríamos de poder exercer a actividade.

Com a força que nos caracteriza e querendo continuar, tratámos de todos os requisitos necessários para licenciar o centro de abate, para isso, foi necessário adquirirmos o equipamento de descontaminação e desmantelamento de viaturas em fim de vida. De forma a resolver todo o processo burocrático e administrativo, apetrechamo-nos com software específico e formação técnica.

Quantos Centros de Abate licenciados existem no distrito da Guarda?

No distrito da Guarda existem apenas dois Centros de Abate com o devido alvará emitido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC).

Quais os procedimentos que executam ao receber um veiculo que se encontra em fim de vida?

Quando o veículo já não circula que é o mais comum, fazemos o transporte do mesmo até às nossas instalações, onde numa primeira fase vai ser descontaminado, que por outras palavras significa retirar todos os resíduos sólidos e líquidos, tais como baterias, óleos, filtros, águas e liquido do ar condicionado. Para todo este processo descrito, existe um prazo de cinco dias.

Segue-se o desmantelamento onde já temos quarenta e cinco dias para o executar. Efectuado o respectivo desmantelamento, surgem as peças não aproveitáveis, sendo estas entregues a empresas devidamente licenciadas que as vão reciclar.

As peças reaproveitáveis são devidamente identificadas, armazenadas e posteriormente vendidas.

Quanto ao processo burocrático e administrativo, conta com a entrega de toda a documentação do veiculo no IMTT – Instituto de Mobilidade e Transportes Terrestres da Guarda.

Por último garantimos aos nossos clientes que todos estes procedimentos são efectuados de forma ambientalmente correcta.

Sentem que este contexto de crise, afecta a vossa actividade?

A crise sinto-a através dos clientes que cada vez mais têm dificuldade em pagar, mas saliento que a nossa actividade se enquadra numa área que as pessoas a consideram prioritária, devido à necessidade que actualmente hoje têm em se deslocar.

Reconheço também que pelo facto de todos ouvirmos falar constantemente em crise, de certa forma sentimos algum medo e por vezes podemo-nos retrair, o que é muito mau para a economia, daí que não devemos sentir medo e tendo que ser optimistas.

A vossa actividade é sem dúvida uma actividade de protecção do meio ambiente, os seus clientes estão conscientes disso?

Noto que as pessoas na sua generalidade não estão sensibilizadas para a preservação do meio ambiente, é certo que por força das circunstâncias venham a ser obrigadas a entender e a executar os procedimentos correctos.

Penso também que a nossa actividade é uma actividade de futuro porque começámos já a executar acções que se prendem com a preservação do ambiente, de certa forma vamos alertar a comunidade em geral com os nossos procedimentos.

Por todas estas situações descritas estou optimista para com o futuro que nos espera.

«Sinto a crise através dos clientes que cada
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