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Simples e belos!

Entre muita simbologia que o Homem criou ou a própria Natureza ajudou a criar, existem dois que pela sua simplicidade e beleza são de enaltecer: a Estrela e o Gelo.

Ao Presépio não pode faltar a Estrela de Orientação. À vulgar Árvore de Natal, com as luzinhas pisca-pisca e restantes adereços, fica mais bela, mesmo por empréstimo, a Estrela no seu topo.

Tudo o que tenha valor perante a sociedade é classificado com mais ou menos estrelas para lhe dar mais ou menos valor. A Estrela tem o condão de tocar ao de leve no coração dos Homens de má-vontade a lembrar-lhes que é Natal e, se possível, todos os dias.

A nossa cidade teve, já faz algum tempo, uma Estrela na Torre dos Ferreiros e, no ano seguinte, no telhado da Sé. Porque não fazer para o próximo Natal uma de dimensões razoáveis (ver pá da hélice das eólicas, no Tintinolho) e montá-la no Castelo para ser vista em toda a sua amplitude, no escuro da noite, contando sempre com o obstáculo de nevoeiro?

Sempre ficava melhor do que alguns cordões de pontos luminosos colocados à molhada e à pancada, ou floreados vermelhos nas ruas como se fossem balões de São João. Assim podíamos dizer ao país que não temos cá árvores gigantes, mas sim uma estrela feita pelo Homem e a maior do país.

Quanto à simbologia do gelo, este ano parece que a gente comercial o descobriu e fez pequenos adereços a simbolizar flocos de neve. Não haja dúvida de que são bonitos e atractivos, mas, dêem as voltas que derem, a Estrela é sempre uma Estrela. Até as televisões tinham como fundo dos cenários estes símbolos, a dar ideia de neve a cair. Existirão muitos guardenses que desconhecem que têm a seus pés este símbolo feito, talvez há uns 30 anos, nos extremos do empedrado que envolve a estátua do nosso Augusto Gil. Melhor sítio não haveria para ser colocado. Pena é estar junto ao moribundo edifício do Cine-Teatro.

Por falar em Augusto Gil, veio-me à lembrança a mensagem do nosso Presidente Cavaco Silva, transmitida na RTP no dia 1 de Janeiro, a que se seguiram os títulos dos seguintes programas, os quais dão que pensar: “Pai à Força”, “Família Família” e “Amor e Intrigas”. É caso para dizer: o nosso Presidente bate bate levemente, mas necessita de bater forte em toda a gente.

António do Nascimento, Guarda

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