A versão 13.4 do jogo Governo tem sido uma desilusão para quem passou horas de deleite a jogar a patch 12.2, versão que ficou famosa por integrar a frase «devemos persistir, ser exigentes, não sermos piegas». Esta última actualização do software de liderança inverteu a jogabilidade e tornou o protagonista num herói piegas e queixinhas, em birra contra os obscurantistas vilões do Tribunal, uma organização fictícia inspirada na SPECTRE, esta última profusamente descrita nos manuais de Relações Internacionais de Ian Fleming. Este jogo pode ser jogado em modo carreira, se tiver pressa de terminar, ou em modo memória metanarrativa, onde é possível confrontar o herói piegas com a sua versão anterior anti-piegas.
Nesta nova versão, os jogadores poderão também optar por escolher a funcionalidade da pieguice em outros avatares já incluídos nas versões anteriores. Entre os novos cenários encontramos “Gasparzinho queixa-se aos Três Porquinhos”, “Ex-ministro faz beicinho” e “Se a festa não é minha, não vou lá fazer nada”.
Além desta nova patch, existem agora no mercado várias extensões do jogo original. Uma das mais populares permite jogar no papel de um jovem empreendedor com recursos retóricos praticamente infinitos e pipocas como arma secreta. Esta extensão permite escolher se queremos ser aliados dos governantes ou usar uma das frases da nova personagem para atacar o Líder. «Amigo, se tu, com dois anos de governo, não consegues arranjar uma maneira de gerar 100 milhões de riqueza por mês para pagar os subsídios, vais ter muitos problemas na vida maiores do que esse».
Outros cenários da versão “Piegas” incluem um ex-Mister Sexy Platina a choramingar por não lhe terem aceite um pec, um oposicionista em prantos por não ter com quem falar e um colunista de jornal muito triste por nunca ter conseguido o número de telemóvel de Kate Upton.
Por: Nuno Amaral Jerónimo
