P – Como surgiu o karate na sua vida?
R – Quando tinha 8 anos, os meus pais disseram-me que tinha de entrar para um desporto. Aqui na Guarda só havia três escolhas possíveis, que eram o karaté, o judo e a natação. Como não gosto de natação, excluí logo essa hipótese. Entre judo e karate, a escolha recaiu na última modalidade, pois considero que o judo é um desporto violento. Experimentei o karate, gostei das primeiras aulas que tive, e desde aí que sou praticante.
P – Que importância tem para si a conquista da medalha de bronze a nível europeu?
R – Tem uma importância muito grande, acima de tudo porque a conquistei na minha primeira experiência em campeonatos europeus. Consegui manter Portugal com medalhas nos cadetes, o que também é um motivo de satisfação enorme e saber que fui a primeira atleta do distrito a conseguir uma medalha num campeonato europeu representa, de facto, um grande orgulho.
P – Esperava conseguir este resultado logo na primeira internacionalização?
R – Confesso que era um sonho. Não posso dizer que estivesse à espera de conseguir um lugar no pódio logo na primeira internacionalização, mas fui para o Azerbaijão para dar o meu melhor e, se possível, para tentar as medalhas. Acabei por conseguir o bronze, resultado que me deixa muito satisfeita.
P – Tem sido fácil conciliar os estudos com a prática desportiva?
R – Não tem sido fácil, mas até agora tenho conseguido fazer essa conciliação entre a vida escolar e a vida desportiva. Nunca perdi nenhum ano e tenho conseguido manter as notas sempre a um nível médio, mas admito que estou a sentir algumas dificuldades este ano. O segredo passa por organizar o tempo da melhor maneira possível, estabelecendo horários para conseguir gerir bem o tempo e saber o número de horas que dedico aos treinos e aos estudos.
P – Existem na Guarda boas condições de treino para a prática do karate?
R – Não, e penso que nesse aspeto a Câmara Municipal podia intervir e ajudar mais os atletas para que estes pudessem usufruir de melhores condições de treino. O nosso treino, por exemplo, é feito no pavilhão da Escola da Sequeira, onde treinamos em chão normal, isto para além do facto de ser gelado no inverno, pelo que as condições para a prática do karate estão longe de ser favoráveis. Na minha opinião, faltam instalações onde os karatecas possam ter o seu próprio espaço para treinar, com o tatami apropriado, em conformidade com o que é utilizado nas competições.
P – O karate é uma aposta de futuro para ti?
R – Sim, sem dúvida. É um desporto que adoro praticar e de certeza que vou continuar com o karate no futuro. Em termos profissionais, pretendo tirar um curso na área da saúde, mas no que depender de mim, o karate vai estar sempre presente na minha vida. No futuro próximo, pretendo continuar como praticante, mas um dia gostaria também de concretizar a possibilidade de dar aulas de karate.