A Universidade da Beira Interior (UBI), através da Faculdade de Ciências da Saúde e do departamento de electromecânica, prepara-se para colocar em funcionamento, a partir de 1 de Outubro, o projecto “SEMENTE – Sistemas e Métodos de Ensino usando Tecnologias de Informação Avançadas” em todos os níveis de ensino nas áreas de Ciências da Saúde, Ciências Exactas e Engenharia. O objectivo é melhorar a qualidade do ensino prestado nos estabelecimentos de ensino e dotar os alunos de ferramentas para uma auto-aprendizagem.
Contando com a parceria do Centro Hospitalar da Cova da Beira e da Escola Secundária Campos Melo, a UBI vai tentar através do SEMENTE continuar a desenvolver as aplicações de e-learning e tele-medicina iniciadas com projectos anteriores, especialmente com o projecto SAMURAI – Aplicações Multimédia em Ambiente Hospitalar, Universitário e Urbano. Com este último, que deverá terminar em Novembro caso não seja apoiado de novo pelo PRAI Centro, pretendeu-se criar e desenvolver aplicações multimédia móveis e sem fios, adequados para a realização de tele-trabalho, e-learning e tele-medicina em ambiente hospitalar e universitário. Por isso é que a licenciatura em medicina na UBI será uma das principais beneficiárias com este projecto, que tem uma duração de dois anos. «O SEMENTE é extremamente importante porque utilizamos a tecnologia como o primeiro recurso da aprendizagem dos alunos de medicina», sustenta João Queiroz, vice-reitor e presidente da Faculdade de Ciências da Saúde. «Além de permitir arranjar uma plataforma para a disponibilização de conteúdos e da informação, o SEMENTE vai ter também uma ligação posterior aos hospitais da região», acrescenta aquele responsável, permitindo assim que tanto professores e alunos partilhem a informação e que desenvolvam laços para uma auto-aprendizagem e para a investigação.
Atrair alunos para os cursos com matemática e física
A ligação às escolas secundárias da região e a outros estabelecimentos de ensino é outra das vertentes do SEMENTE, permitindo assim que as instituições possam oferecer aos estudantes e docentes um vasto leque de conhecimentos e de informação, melhorando assim o nível da qualidade do ensino e da valorização pessoal, até porque o SEMENTE facilita o acesso à informação a pessoas com necessidades especiais de aprendizagem. O projecto pretende ainda atrair os estudantes para os cursos com matemática e físicas que, de resto, têm tido pouco procura no Ensino Superior. A ideia é simples: tornar o estudo daquelas áreas tão aliciantes quanto um jogo de computador ou de futebol. Os docentes apenas têm que disponibilizar a informação em formato digital em sites educativos e que captem os interesses dos alunos. Recorrendo aos recursos multimédia, os conteúdos “chatos e enfadonhos” de algumas disciplinas podem tornar-se aliciantes para os alunos se forem disponibilizados de forma atractiva, interessante, participativa e dinâmica. Jogos de computador, enigmas ou atribuição de créditos por cada problema resolvido podem ser algumas das formas de despertar o interesse dos estudantes pelas áreas com algum insucesso, como as engenharias e as matemáticas.
«É um desafio conseguir isso, mas vale a pena tentar», revela Fernando Velez, professor do departamento de Engenharia Electromecânica e um dos participantes no projecto. «Hoje em dia há muitas coisas que são acessíveis para o jovem, portanto é possível encontrar formas atractivas para um jovem aprender física e matemática», diz aquele responsável. O projecto SEMENTE é «uma forma de mostrar que no século XXI é aliciante aprender matemáticas e físicas porque existem formas de acesso à informação e conteúdos diferentes», conciliando assim os métodos de ensino tradicionais com os novos métodos de formação electrónica.
O projecto tem uma duração de dois anos e obteve um financiamento global de cerca 140 mil euros do Programa Operacional Sociedade da Informação (POSI).
Liliana Correia
