Há mais de dois meses que a Guarda tem semáforos instalados em várias artérias da cidade mas os aparelhos, que têm como principal objectivo colocar um “travão” aos aceleras, continuam sem funcionar. Isto porque a sua activação está dependente da realização de uma inspecção por parte de uma entidade ligada à CENEL – Electricidade Centro.
«Os semáforos já deviam estar em funcionamento», admite Esmeraldo Carvalhinho, vereador responsável pelo pelouro do Trânsito na Câmara da Guarda. De resto, a entrada em funcionamento dos aparelhos «só está dependente do parecer de uma entidade ligada à CENEL», indica. À semelhança do que sucede «com as instalações eléctricas nas nossas casas», para os semáforos começarem a trabalhar também necessitam receber a indispensável “luz verde”. Contudo, a inspecção já foi requerida há cerca de um mês, mas até ao momento a edilidade continua à espera da sua concretização. «Logo que haja essa autorização, os semáforos entram a funcionar de imediato», garante. Do mesmo modo, «se a empresa que montou os semáforos receber o parecer técnico hoje, eles amanhã vêm ligar os semáforos», assegura. De resto, o também vice-presidente da autarquia tem mantido vários contactos na tentativa de «acelerar o processo porque, de facto, já deviam estar em funcionamento», reconhece.
Recorde-se que a Câmara da Guarda decidiu colocar 15 sistemas limitadores de velocidade nas artérias da cidade mais propensas aos aceleras, num projecto orçado em 295 mil euros. Deste modo, a autarquia instalou estes aparelhos, que passam para o sinal vermelho assim que os veículos são detectados a circular a mais de 50 quilómetros por hora, para obrigar os condutores a não abusar na velocidade dentro da área urbana. As Avenidas Monsenhor Mendes do Carmo, Rainha D. Amélia, São Miguel, Sá Carneiro, Cidade de Waterbury, José dos Santos, bem como a recta do Bairro do Pinheiro são os pontos contemplados. Outra novidade são os dois avisadores de velocidade colocados nas Avenidas Rainha D. Amélia e Monsenhor Mendes do Carmo. Tratam-se de “placards” electrónicos, semelhantes aos existentes no Porto, com um sensor que detecta e mostra aos condutores a velocidade a que circulam. «Não é um radar, apenas um aviso», realça Esmeraldo Carvalhinho. Assim, não está prevista a detecção e registo automático dos excessos de velocidade porque o sistema ainda não está homologado, mas «pode vir a acontecer», avisa. Nem que seja para fazer contagens e estudos. Estes painéis serão os primeiros a funcionar na Guarda, estando previsto que sejam transferidos para outros pontos mais problemáticos. Uma zona que mereceu uma atenção especial é a intersecção da Avenida de S. Miguel com o acesso ao Bairro da Sequeira, sendo o único ponto da cidade que terá um semáforo de cruzamento. «Faz todo o sentido esse sistema devido aos conflitos de trânsito», refere, classificando de «azarado» o processo administrativo de adjudicação do projecto devido às sucessivas reclamações de alguns concorrentes, já que os semáforos já deviam estar a funcionar desde Março. Esmeraldo Carvalhinho revela ainda que o sistema vai ser alimentado directamente por painéis solares, o que implica poupança na factura de energia do município e menos valas abertas.
Ricardo Cordeiro
