Uma incontestável verdade é que estava farto. Doentiamente cansado da governação PS e de muitos dos acólitos que se empoleiram nas galhas da arvore frondosa que rompe ao fim de sete anos de comando das instituições. O poder distorce e corrompe, altera e seduz, modifica e transmuta. Há gente doce que desperta violenta, gente má que se torna democrática, gente magra que engorda e muitos que se viciam no exercício de sugerir, empurrar, oferecer. Outros sonham com as mordomias, as benesses, a possibilidade de decidir. O que farta é que decidem mal, com muita frequência deixam de ter duvidas e deixam de questionar. Com muita frequência optam pelo enxame da mediocridade, que cumpre, que acena com a cabeça, que genuflecte. Assim aumentam os erros e desabrocha a inutilidade das escolhas multiplicando-se os medíocres e os fracos. Depois já não cumprem e encobrem-se. Depois aprendem a gastar mais do que ganham, a fazer créditos, fáceis pela proximidade da decisão, cada vez mais fáceis pela longa permanência no poder. Estava farto e esse é o meu álibi para estar seguro que não traí as convicções. Nos próximos tempos estarei satisfeito a lutar pela ascensão de António José Seguro, expectante desta equipa governativa, esperançado de que tenha sucesso e certo de que se ficar muito tempo no poder afogar-se-á nos mesmos vícios de forma. Penso que podemos estar no bem caminho e o melhor sinal é já o fim dos Governos Civis, a diminuição do número de directores, e o facto de Pedro Passos Coelho ser um homem simples, sério e convicto, apostar noutra geração, e em gente que é trabalhadora e conhecedora das suas matérias.
Por: Diogo Cabrita