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Sem água para ir a banhos

A seca que se estende por todo o país não esquece as praias fluviais do concelho de Gouveia

As praias fluviais de Ribamondego e da Ponte Nova foram qualificadas a partir de projectos desenvolvidos em 1990. Hoje, os visitantes encontram um parque de merendas, um bar, explorado por particulares durante a época balnear, e casas de banho. Este ano o caudal do rio Mondego está abaixo do nível considerado normal para a época e os banhistas tendem a desaparecer, razão para o bar não ter sido alugado. José Manuel Santos, presidente da Junta de Freguesia de Ribamondego, refere que “aos fins-de-semana costumavam vir cerca de 150 pessoas, num ano normal”. Este ano, a pouca afluência à praia fluvial é justificada pelo baixo nível de água existente no leito do rio. Paula Santos, banhista na praia fluvial de Ribamondego, gosta da zona do parque de merendas e vem devido à proximidade da sua residência. “A Junta de Freguesia não tem feito nada” comenta – “a água devia ser limpa, mas compreendo que este ano há pouca água”. Já para Carlos Alberto Lopes é a segurança o principal atractivo da praia. “Podemos vir com as crianças para brincar sem perigo”, no entanto, menciona – “a água está pouco limpa, embora este ano seja difícil devido à seca”.

Esta realidade é comum à praia fluvial da Ponte Nove. A água chega, apenas, pouco acima dos tornozelos daqueles que ali se deslocam para tomar banho. Esta situação leva à fuga dos visitantes para lagoas e barragens na Serra da Estrela.

A qualidade da água, das praias fluviais de Ribamondego e da Ponte Nova, tem vindo a melhorar desde que foi construída a ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) em Fornos de Algodres e após o encerramento da fábrica dos queijos, que terminou com as descargas para o rio Mondego. José Manuel Santos considera a “qualidade da água aceitável” apesar de não ser ainda a “desejada”.

As praias são frequentadas entre Junho e Setembro, principalmente, pelos habitantes das freguesias a que pertencem e localidades vizinhas. No Verão a afluência às praias é realizada sobretudo pelos emigrantes que a partir de 15 de Julho chegam às aldeias do concelho de Gouveia. António Sousa Morais, presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca da Serra, à qual pertence a praia fluvial da Ponte Nova, refere que este “é um ano muito mau para as praias fluviais”, afirma. O edil recorda que “foi durante as gravações de algumas cenas para um filme, que a praia fluvial da Ponte Nova recebeu mais gente”.

As praias fluviais são da competência da DGHEA (Direcção Geral Hidráulica e Engenharia Agrícola), que delega nas Juntas de freguesia o encargo das praias fluviais. O protocolo existente não abrange, no entanto, o desvio de verbas para as Juntas, pelo que as verbas para o melhoramento das condições oferecidas nas praias fluviais são da responsabilidade das autarquias. Estas encarregam-se da limpeza da praia antes e durante a época balnear.

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