Manteigas e Desportivo de Trancoso protagonizaram um bom espectáculo de futebol no último domingo numa partida com seis golos, cinco deles na segunda parte. Com este triunfo, a formação serrana igualou o seu adversário na tabela classificativa, distando apenas dois pontos do quarteto formado por Gouveia, Souropires, Sabugal e Figueirense, os quatro líderes de um campeonato que está a ser disputado “palmo a palmo”.
O Manteigas entrou a dominar a partida, mas a primeira ocasião de verdadeiro perigo pertenceu aos homens da “vila de Bandarra”, que poderiam ter inaugurado o marcador mas João Ferreira atirou às malhas laterais depois de um contra-ataque muito bem conduzido por Quim e Rui Ascensão. De seguida, o Manteigas colocou-se em vantagem no marcador, por intermédio de Nuno Serra, que rematou cruzado, fora do alcance de Hélder, após uma boa assistência de João Biló. Após várias alterações tácticas levadas a cabo pelo técnico Tó Real, o Manteigas ficou melhor e, aos 32’, Mário Carvalho ganhou espaço para rematar, obrigando Hélder a aplicar-se. Na jogada seguinte, o guardião trancosense fez a defesa da tarde a remate de Picas.
Para o segundo tempo estava reservado o melhor com o surgimento de golos em catadupa. Não sem antes o Manteigas ter falhado mais duas ocasiões, primeiro, num cabeceamento de Edgar e, depois, num remate de fora da área de Picas. Aos 68’, na sequência de um pontapé de canto, o árbitro Renato Gonçalves apontou para a marca da grande penalidade por entender que Tiago Bengas derrubou Rui Reis, ficando por mostrar o segundo amarelo ao jogador trancosense. Chamado a converter, João Biló não desperdiçou e ampliou a vantagem do Manteigas, que aumentou outra vez o marcador quatro minutos depois. Renato teve uma boa incursão pelo lado esquerdo do seu ataque e cruzou para o segundo poste, onde surgiu David, completamente sozinho, com tempo para parar no peito e fuzilar a baliza defendida por Hélder. Aproveitando a desconcentração dos atletas de Trancoso, os comandados de Tó Real fizeram o 4-0, com Nuno Serra a bisar com um grande remate à entrada da área. Mas quando se pensava que seria o Manteigas a marcar mais, foi o Trancoso quem facturou dois golos num curto espaço de tempo, numa altura em que a equipa da casa ficou reduzida a dez unidades após lesão de Victor Graça quando já não eram permitidas mais substituições. Assim, aos 89’, Rui Ascensão fez o 4-1 de pénalti, a punir mão no esférico de Mário Carvalho, que três minutos depois não conseguiu interceptar um lançamento longo para Faísca, isolado frente a Sérgio Nogueira, que estabeleceu o 4-2 final. Renato Gonçalves fez um trabalho razoável, embora nos pareça ter ajuizado mal no lance do pénalti a favor do Manteigas.
Tó Real mostrou-se satisfeito com este resultado volumoso que permitiu ao Manteigas ficar a apenas dois pontos da liderança: «Merecemos inteiramente esta vitória por números expressivos, apesar de termos começado intranquilos por virmos do pior jogo da época em Figueiró. Na segunda parte justificámos o triunfo», afirmou o técnico serrano. Do lado do Trancoso, Carlos Ascensão considerou que o segundo golo do Manteigas acabou por «trazer uma descrença e uma desmotivação grande à equipa que foram fatais», sublinhou, reconhecendo que o Trancoso está a denotar uma quebra de resultados «um pouco mais duradoura do que o esperado».
Ricardo Cordeiro
