O município de Seia vai investir 450 mil euros num programa para desenvolver nos próximos quatro anos acções de prevenção de incêndios florestais no concelho. O programa inicia-se com trabalhos de limpeza de matas na mancha tida como área «altamente propensa» à ocorrência de fogos florestais de acordo com a nova Carta de Risco elaborada pela Direcção-Geral de Florestas, para o que a Câmara Municipal atribuiu 1.500 euros a cada uma das 29 freguesias do concelho. O presidente da autarquia, Eduardo Brito, aponta as freguesias de Alvoco da Serra, Loriga, Vide, Teixeira, São Romão, Cabeça, Valezim e Seia como zonas particularmente críticas, dada a mancha florestal que existe, sublinhando que a exploração da floresta e seus derivados representa uma «componente de grande peso na economia familiar dos residentes». A acção de “Redução de Ignição e Progressão de Incêndios” tem a dotação de 274.820 euros para a elaboração do plano orientador de prevenção, cartografia digital, operações de limpeza e infraestruturas. Para “Detecção e Intervenção Precoce em Situações de Incêndios”, a autarquia vai gastar 138.240 euros, contemplando a melhoria do sistema de vigilância e equipamentos específicos para detecção e intervenção precoce. Prevista está também a criação de uma Comissão Municipal de Defesa da Floresta, de acordo com o estipulado pela Lei aprovada em 8 de Maio, que responsabiliza os municípios pela coordenação local das acções de prevenção dos fogos florestais, mas o edil critica que «sejam atribuídas competências às Câmaras sem a necessária e correlativa transferência de verbas». Estas comissões são constituídas pelos presidentes de Câmara, representantes da Direcção-Geral de Recursos Florestais, GNR, PSP, produtores florestais e Instituto de Conservação da Natureza (ICN). O município estima em cerca de cinco hectares a área florestal ardida em 2003 no concelho, nomeadamente nas freguesias de Alvoco da Serra, Loriga, Sazes e Sabugueiro, que estão integradas no Parque Natural da Serra da Estrela.