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Seia – Estado policial

Há três anos consecutivos que Seia lidera a criminalidade na região Centro.

Coloco o asterisco para fazer notar que, por esta criminalidade, deve entender-se: condução com valores de álcool acima do permitido por lei: 1.2gr/ltr que, agora, é crime. E porquê? Porque Seia é, muitos dias por semana, um autêntico estado policial.

Com dezenas de polícias e carros a barrarem os acessos às rotundas e à cidade. Isto simultaneamente. Como se tivessem fugido, permanentemente, dezenas de presos de uma prisão (que não temos). Ou se procurasse desesperadamente um grupo de terroristas depois de um atentado com dezenas de vítimas (que nunca houve). Este estado policial permanente tem que dar, obrigatoriamente, os seus frutos. Como dizia o outro: se se pesca à rede a toda a largura do rio, 24 horas por dia, algum resultado se há-de ter. (…) E, apesar deste autêntico disparate ter durado, desta vez [no último fim-de-semana], mais de hora e meia (até que eu me aproximei de câmara de filmar em punho e perguntei onde tinha sido o atentado e quantas pessoas tinham morrido), depois de centenas de testes efectuados a tudo quanto era condutor – apenas um (1) condutor foi detectado com excesso de álcool. Não faz mal. O tenente teve o desplante de me informar que Seia «é a cidade onde se regista maior índice de álcool na condução!». Ainda o diz!!! «Por isso nós estamos aqui e se for preciso voltaremos cá amanhã e todos os dias!». Uma pescadinha de rabo na boca. Depois de um cerco de três anos conseguiram descobrir que há mais condutores com excesso de álcool em Seia – fiscalizada todos os dias, várias horas por dia – do que noutra cidade fiscalizada uma vez por mês. Magnífica conclusão! Claro que respondi que se fizessem o mesmo em qualquer outra cidade, os resultados seriam os mesmos. (…)

João Tilly, Seia

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